ÉLCIO MÁRIO PINTO – LITERATURA “DÁ CAMISA”?
Pensando em números transformados em dinheiro, para iniciantes e desconhecidos, certamente que não.
Já se disse que poucos escritores, no Brasil, vivem da venda de seus livros. Seguramente, pode-se dizer, que em bom número, se os escritores não vivem ricamente, boa parcela sobrevive de outros trabalhos.
Mas, e para os que não são veiculados, badalados e divulgados?
Se escrever é para poucos, depois de escrito, o material precisa ser publicado. Uma verdadeira maratona espera pelo autor que enfrentará a maior das dificuldades: a distribuição. Com ou sem ela, contando com familiares e amigos, aventuram-se os escritores, lançando suas produções.
E afinal, que retorno os alimenta?
Foi esta a pergunta que me fez pensar em duas situações e escrever esta matéria:
– a primeira, na letra daquele canto católico de Natal, de autoria do padre Lúcio Floro: “Nas mãos fofinhas deste Pequenino/Vou por meu ser, vou por minha esperança!”;
– a segunda, recordei-me da foto tirada de minha sobrinha, a Mel, de 1 ano de idade, que mora em Angatuba/SP.
E, por quê?
Na feliz escrita do canto de Natal: a alegria, a festa e a esperança pela chegada de Jesus. E ainda que os cristãos O vejam como Deus, Nele, o Divino se fez gente e gente começa criança, completamente indefeso e dependente, com as mãozinhas frágeis e ligadas ao adulto que as protege. Naquela criança, mora a esperança!
Já, com a Mel, quando vi sua foto, de dentro do guarda-roupa, manuseando um livro que publiquei em 2015, invadiram-me a mesma alegria e a mesma esperança.
Se uma criança tão pequenina como a Mel encanta-se virando as folhas de um livro e equilibra-se para segurá-lo, então, a Humanidade passa a fazer sentido e eu retomo a crença de que toda a nossa espécie tem jeito.
Ainda que a Literatura “não dê camisa”, nas mãos fofinhas da Mel e de tantas outras crianças que aprendem a gostar de livro, “lendo” seu cheiro, suas imagens e sua textura, então, posso dizer sereno: a Literatura dá Esperança!
ÉLCIO MÁRIO PINTO
25/01/2017
Feliz Aniversário, São Paulo/SP, pelos seus 463 anos: 1554/2017.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.