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Pedro Novaes: 'Artigo mal humorado'

Pedro Israel Novaes de Almeida – ARTIGO MAL HUMORADO

 

A pior das sensações ocorre quando descremos da própria espécie.

A barbárie humana atravessou séculos, encenando crueldades e gerando dramas os mais diversos. O homem dominou quase todo seu entorno, só não conseguindo dominar a rebeldia e determinação da natureza.

Promoveu extermínios, escravizou e ecoou preconceitos. O progresso científico, ao longo do tempo, mais instrumentou que minorou a maldade humana.

As mais recentes manchetes da mídia demonstram que só a presença da polícia é capaz de induzir comportamentos civilizados. Saques, linchamentos e brigas campais ocorrem quase diariamente.

A humanidade amarga a consequência de sua própria selvageria, sendo vítima da incapacidade de escolher dirigentes e mandatários. São raros os povos satisfeitos com as ações e comportamentos de seus eleitos.

Década após década, piora a qualidade dos homens públicos. Maus dirigentes são sempre lamentados, mas seguidamente eleitos.

Alguns povos sequer possuem direito ao voto, sobrevivendo em mal disfarçadas ditaduras.

Boas gestões não se perpetuam, e a corrupção, outrora roubinhos, assumiu ares de Estado Paralelo, cruzando fronteiras e internacionalizando idiotias.

Campanhas de vacinação sofrem resistências, alguns impedem o acesso de equipes médico-sanitárias a seus quintais, as práticas de maus tratos contra animais ganham status de esporte, e persiste o agigantamento das drogas, da criminalidade e do vandalismo.

Sequer a perturbação do sossego é combatida com determinação, e todo valor e tradição acaba relativizado.   A privacidade torna-se, a cada dia, um privilégio de poucos.

Bons exemplos e posturas exemplares são pouco divulgadas, figurando como repentes midiáticos. Por breves e desvalorizados, dificilmente erigem instituições.

A humanidade segue cultuando falsos líderes, não raro ladrões e embusteiros. Valorizamos, socialmente, e rendemos tributos e seguidas homenagens, a homens públicos da pior espécie.

Somos, na verdade, gado, tangidos pelo chicote que escolhemos.

Entre nós, até uma montanha de religiões passa ao largo das apurações de curandeirismo, estelionato, enganação da boa fé pública e tantos outros crimes, inclusive fiscais. Programas radiofônicos prometem curas mágicas, que vão de unha encravada a câncer, além de testemunhos jamais sindicados de enriquecimento do dia para a noite.

Dizem os entendidos que nada devemos escrever, quando mal humorados, com a impressão, quase certeza, de que a humanidade não presta. Estão certos !

pedroinovaes@uol.com.br

A autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.

Helio Rubens
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