Jorge Paunovic: ‘O Zezo, a crise e a livre manifestação’
Pela manhã após o café resolvo dar uma caminhada para exercitar-me e buscar um pouco de qualidade de vida.
Ao longe vejo uma pessoa que me é conhecida e vem gesticulando muito e sorrindo em minha direção. Qual não foi minha surpresa ao me deparar com o meu amigo Zezo.
– Bom dia, Zezo, que agitação é essa logo pela manhã? Isso não faz bem à saúde.
– Ora, não faz bem a saúde! O que não faz bem à saúde são esses políticos que agora nos culpam pelas crises e déficits do governo.
– Zezo, eles são nossos administradores e têm que tomar algumas providências para que o país possa sair da recessão, gerar novos empregos e a economia voltar a crescer, assim teremos novamente a população tendo empregos e bem estar.
– Posso lhe fazer uma pergunta?
– Claro Zezo estou à disposição.
– Acha justo nós termos que pagar por erros cometidos por governos irresponsáveis que fizeram uma gastança desenfreada e abriram mão de arrecadação? Vou lhe explicar. Não fui eu que aceitei caixa dois em campanha política e nem mesada dessas empreiteiras. Tampouco me envolvi em desvios de verba. Segundo noticiam, foram bilhões de dinheiro desviado dos cofres públicos, sim dos cofres públicos por que as obras que estavam fazendo era para o governo superfaturar para poder dar caixinha. Não fui eu que criei as empresas campeãs que tiveram recursos do BNDES a juros perdidos e muitas são devedoras do fisco inclusive para o INSS.
Já ouviu falar da raposa tomando conta do galinheiro?
– Zezo, não é bem assim, veja: há muitos políticos honestos e homens públicos que estão lá para melhorar as coisas no país.
Olha, só vejo nomes de muitos envolvidos na lava jato e a eles foi destinado fazer essas reformas que talvez melhorem a situação do país. Você sabe quantas reformas previdenciárias foram feitas? Uma foi o FHC e a segunda com o Lula. Será que teremos que a cada cinco anos ou dez fazer nova reforma? Onde vai parar todo aquele dinheiro que é recolhido para financiar a previdência? Parte dele para pagar juros da dívida pública e eu vou ter que pagar por isto? Não fui que fiz a dívida as minhas eu pago em dia e não devo para ninguém, depois quando o calo aperta eu corto gastos para que o dinheiro dê até o fim do mês e, vou ser sincero, aqueles lá em cima não apertaram o cinto, pelo contrário continuam com a gastança, depois é bom lembrar que não fui eu que contratei essas empresas e tampouco fiz parte da turma que comprou aquela refinaria em Pasadena que resultou num prejuízo danado que está levando a Petrobrás a ruina.
– Mas Zezo, alguma providência tem que tomar por que do jeito que está não dá a crise tem que ser resolvida.
– Quer resolver a crise? Então corte na carne. Diminua os Ministérios, as viagens, os cartões corporativos. Viagens só em avião de carreira, encosta os jatinhos da FAB, diminua os comissionados, trabalhem mais e gastem menos, essa é a receita que os pobres fazem. Vão reformar a previdência que segundo alguns não é deficitária e onde será que vai toda aquela dinheirama que deveria ser destinada para a previdência social?
– Vamo prá greve, vamo se manifestá contra tudo que está aí por que não somos culpados pela crise quem a criou que resolva-
– Zezo, greves e desordem não vão resolver o problema temos que ter confiança nos nossos homens públicos que vão resolver e o país voltará a crescer.
Volte a caminhar e fique com a sua confiança que eu vou me preparar para demonstrar minha insatisfação e tenha um bom dia.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.