Hélio Porto: ‘MATRIZ DE ITARARÉ, UMA
OBRA DE 70 ANOS FRUTO DE DOIS PADRES ARROJADOS
Em 1950, um sacerdote jovem chegava a Itararé, nomeado pelo bispo de Sorocaba, Dom José Carlos de Aguirre, para assumir a nossa paróquia.
Padre Teotônio do Reis e Cunha era garboso, altivo, excelente orador de voz firme e convencedora e encontrou na cidade uma igreja matriz tímida, pequena e ultrapassada.
De pronto e com incrível vigor recorreu a renomado engenheiro paulista da época, disposto a capitanear a construção de um templo portentoso, a quem encomendou arrojada planta.
Demolida a velha igreja, implantou a sede da paróquia na capela de São Pedro, recém construída e começou a desenvolver a nova construção diante da Praça Cel Jordão.
A igreja acabou sendo inaugurada na década de 60 sem reboco nas paredes e sem sua torre.
Logo em seguida o Padre Teotônio foi transferido para a cidade de Tatui onde viveu até o seu falecimento.
Em 2007, a paróquia de Itararé – hoje incluída na Diocese de Itapeva-, já era cuidada pela ordem estigmatina, quando recebeu um novo padre que chegou para ajudar o Pároco.
Jovem com apenas um ano de ordenação, Padre Jiucinei Vandes de Jesus Cambui, trouxe consigo uma garra semelhante ou mais arrojada que a do então saudoso Padre Teotônio.
Em 2008 já se tornava o Pároco de Itararé e com destemor invejável assumiu a tarefa de concluir a obra inacabada.
Em 2011 deu inicio a obra da Torre e a manutenção e reparos da edificação da matriz que já estava bastante carente.
Numa campanha inicial obteve por doação um sino, um relógio e R$ 110 mil com o que deu inicio a tarefa. Contratou uma equipe de 10 pessoas que trabalham intensamente nestes 6 anos e vem dando a Igreja Matriz o título de maior e mais bonita igreja do interior paulista.
Sem favor nenhum, hoje a Torre que se iguala a um prédio de 10 andares e com um custo que ultrapassa longe a casa de R$ 1 milhão de reais esta edificada e é orgulho e referencia a todos nós.
Do piso ao topo da cruz, a torre tem 50 metros de altura. A obra tem pavimento térreo e mais de sete pisos, incluindo três mezaninos. Mais de 132 degraus da terra ao céu. Na parte externa da torre pode ser visto o mirante, relógio com 4 faces e feito com uma tecnologia digital totalmente idealizada e realizada por pessoa da cidade. E no campanário (conjunto de sinos) que obedecem rigoroso comando digital e coligado ao relógio, tangem em horário programado em bela sinfonia. Além o topo, o cone, e a cruz e uma caixa d’água com capacidade para 20 mil litros, exigência do Corpo de Bombeiros.
A torre tem uma utilidade: ela não é só estética. Na sua base tem uma sala de 6 m por 6 m, além disso, várias outras salas que são utilizadas pela igreja.
Teotônio e Ney nunca se falaram, pois nunca se encontraram, ainda que antes de morrer, Teotônio soube que a torre da sua matriz de Itararé estava sendo levantada.
O Padre Ney, um fenômeno destes que a gente vê uma ou duas vezes na vida, (como experimentou Itararé), é um dinâmico construtor. Haja visto as inteligentes mudanças e reativações que vem empregando na nossa Igreja principal, com a nova capela do Santíssimo, novo batistério e sacristia e em breve o maior Centro Comunitário da região e a Loja Gospel nos anexos.
Mas, a garra do jovem Padre de 41 anos é muito maior. Paralelamente construiu uma Casa Paroquial digna aos religiosos da cidade e edificou outras importantes igrejas como a de N.S.Aparecida e recuperou as demais capelas da cidade.
Com 10 anos a frente da paróquia, Padre Ney já se aproxima do período que o Padre Teotônio foi nosso Guia espiritual e ambos detém o título de padres que mais tempo permaneceram em Itararé.
Vale a pena visitar Itararé, senão pelas suas inúmeras belezas, agora, para apreciar sua linda igreja.
Hélio Porto
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.