COLUNA ‘ENTRE NÓS E O PÚBLICO’:
HELIO RUBENS ENTREVISTA SERGIO DINIZ DA COSTA
Dando prosseguimento à série de entrevistas ‘Entre nós e o público’, nesta edição uma matéria rara: um editor do ROL entrevistando outro editor do ROL. Acesse e fique sabendo muitas novidades interessantes (HR)
Pergunta do editor Helio Rubens para o Editor Sergio Diniz da Costa: “Você é um entusiasmado e dedicado editor do nosso jornal ROL – REGIÃO ON LINE. O que em especial o atraiu na proposta dele?”
SDC: Pra responder a esta pergunta, é preciso retroceder ao mês de março de 2016, quando, navegando pelos mares encapelados facebuquianos, me deparei com um artigo sobre Educação, de autoria da amiga e confreira do grupo Coesão Poética de Sorocaba, Mara Branco.
Num primeiro momento, curti, comentei, elogiando, e compartilhei a postagem. Em seguida, me despertou a atenção o veículo midiático por meio do qual ela publicou o artigo: jornal ROL – Região On Line!
Confesso que, até então, jamais ouvira falar sobre o ROL. E, ao demonstrar interesse para saber mais, ela, confiando em mim, como escritor e poeta, me ofereceu ser intermediária junto ao Editor (você, nosso eterno Editor-Mor, de Itapetininga), para me apresentar como um possível colunista.
Enquanto isso, sugeriu que eu acessasse a página do jornal (www.jornalrol.com.br), a fim de eu ter uma ideia do quê, afinal de contas, era o ROL.
Imediatamente acedi à sugestão e, ao acessar, percebi que se tratava de um meio de comunicação de nível global, disseminador de notícias de natureza cultural, com um time considerável de colunistas e que, além de tudo, tendo começado há 23 anos, era um jornal também inovador, na área virtual.
Eu diria que foi ‘amor à primeira vista’. E esse amor passou a se consolidar a partir do momento em que iniciei a colaboração, até porque o Editor-Mor, você, se mostrou, desde o primeiro momento, um jornalista e um ser humano de primeira qualidade.
HR: Desde que assumiu parte da editoria do ROL, você já trouxe para o jornal novos e importantes colunistas, obteve mais ‘fontes’ de noticias culturais e atraiu muitos novos leitores. Quais são seus planos futuros para o ROL?
SDC: Uma das grandes alegrias na minha vida sempre foi trabalhar com pessoas dinâmicas e comprometidas com a vontade de fazer algo em prol da cultura e, por extensão, à sociedade. E no Editor-Mor sempre encontrei eco à realização desse desejo, motivo pelo qual sinto que nós dois trabalhamos em uma harmonia catalizadora de novas ideias. Foi assim que, num primeiro momento, além de convidar novos colunistas, sugeri, e agora temos, seções específicas para quem escreve somente poemas, pensamentos e para os artistas em geral.
Vamos anunciar, em breve, um projeto que já estou colocando em prática, a princípio como mero hobby: tirar fotos, com destaque a detalhes das coisas fotografadas, e com um pequeno texto explicativo, ao qual denominamos ‘Recortes’ (ver ao final da entrevista).
HR: Sei que você é um grande escritor com livros publicados; é um poeta de primeira categoria que se expressa poeticamente até nos textos que escreve, além das poesias; foi um advogado competente, um revisor ortográfico brilhante e acadêmico de duas grandes academias de letras, a de Sorocaba e a de Votorantim. Mesmo diante dessas qualidades culturais, se revelou também um excelente jornalista. Dentre essas muitas atividades, quais as que mais lhe agrada e por quê?
SDC: Agradeço ao mega elogio, muito mais real por força da amizade que nos une do que propriamente decorrente de minhas qualidades pessoais e profissionais. Mas, como desmentir alguém publicamente não pega bem (rs.rs.), eu diria que tudo o que faço e já fiz, o faço e o fazia sempre, me entrego de corpo e alma e no momento em que me dedico ou me dedicava qualquer uma delas, o meu prazer é pleno.
No entanto, posso afirmar que, a partir do momento em que me aposentei (2012) e que dei baixa definitiva da inscrição perante a OAB, dão-me mais prazer todas as atividades às quais tenho me dedicado em termos culturais. E por dois fatores: são atividades voluntárias e, portanto, não fico na expectativa de ganhar por isso, como ocorria com a advocacia, quando, muitas vezes, levava ‘canos’ homéricos.
O outro fator diz respeito ao retorno da atividade em si. Na advocacia, o retorno positivo das causas é aleatório, tanto nos resultados como no próprio ganho, em muitos casos. Ou seja, o resultado depende de muitos fatores, em relação aos quais, na maior parte das vezes, não depende apenas do profissional.
Já nas atividades culturais, os resultados, ainda que de foro íntimo, dependem exclusivamente de mim. E, ainda que não atendendo às expectativas, num plano geral, sei que, da minha parte, sempre dei e darei o melhor de mim.
HR: Salvo algumas pouquíssimas exceções, os homens que se dedicam à Cultura normalmente o fazem ‘por amor à arte’, pois essa não é uma atividade rentável. Qual a razão de você, mesmo sabendo disso, se dedicar tanto ao mister de promover e divulgar os fatos culturais?
SDC: Certa vez li um pensamento – de cujo autor me foge o nome – que dizia (em outras palavras) que o sábio que não compartilha seus conhecimentos, é como a nuvem que passa e não traz chuva.
Eu não me alço ao nível dos sábios, mas, dentro dos meus parcos conhecimentos, sinto um prazer indescritível de compartilhar pelo menos o meu amor ao conhecimento, pois ele, de uma forma geral, é libertador. E, quando esse conhecimento se manifesta por meio das Artes, alça os seres humanos ao patamar de cocriadores da beleza, expressa na literatura, na música, na dança, no teatro. E ser um agente promovedor desse estado de espírito por si só já é uma altíssima remuneração!
HR: Que conselho ou recomendações você dá para quem está iniciando na ‘profissão’ de divulgador cultural?
SDC: Eu não restringiria algum conselho ou recomendação tão somente à atividade de divulgador cultural. Em qualquer atividade humana o fundamental é exercê-la com amor, com dedicação, com altruísmo, com a convicção íntima de que, desta forma, está fazendo a diferença num mundo onde a ânsia pelo poder temporal seduz mais do que as sereias aos marinheiros. Com a consciência de que, se o dinheiro é imprescindível para a sobrevivência do corpo físico, a doação pessoal à humanidade é o passaporte da felicidade; da felicidade que alguns seres humanos sequer se apercebem que, dentro deles, é uma semente que só espera germinar.
HR: Para encerrar, por favor, explique melhor como funciona o seu projeto ‘Recortes’.
SDC: O projeto surgiu por um motivo aparentemente comum. Diariamente levo meu cachorrinho (Tobby) pra passear e, nesses passeios, enquanto ele ‘marca o território’ por onde passa, eu aproveito para tirar fotos.
O diferencial dessas fotos, no entanto, é que, em cada coisa fotografada, algum detalhe me chama a atenção.
Um exemplo recente foi a foto de uma caneca de chopp cujo conteúdo havia acabado de ser consumido, restando apenas a espuma.
Ao observar essa espuma, lembrei-me de como me foi prazeroso tomar uma cerveja ‘estupidamente gelada’. A espuma, portanto, era a síntese desse prazer. Ela me representava, metaforicamente, uma parte, um pedaço… um recorte desse prazer!
E o projeto se completa, a partir do momento que expresso, por palavras, por uma frase, uma reflexão, o sentimento que aquele detalhe causou ao meu espírito. Daí, a denominação do projeto: ‘Recortes’
Algumas fotos-descrições dos ensaios fotográficos do projeto ‘Recortes’:
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.