“Acho muito pouco o simples fato de estarmos aqui para viver um período e nada mais, tem que haver algo mais por trás de tudo isso.”
Há dias em que me sinto levitando, meio transcendental, como se fosse possível ser “meio”, mas o fato é que estou mais para reflexão do que ação. Muitas coisas vêm à mente, e dá vontade de filosofar, como um filósofo mesmo. Que pretensão! Mas vamos lá, me dou esse direito. Invariavelmente, nestes dias sento no beiral da minha cama, no meu velho quarto, e formulo a seguinte pergunta para mim mesmo: Quem eu sou? Estou aqui agora, mas quem eu sou? Mistérios da existência…
Não! Não pensem que estou no meio de uma crise existencial, não estou, apenas submeto-me a uma reflexão sobre como viemos parar aqui. Existem algumas teorias: Teoria da Evolução, Teoria Cósmica, Teoria Religiosa. Acho muito pouco o simples fato de estarmos aqui para viver um período e nada mais, tem que haver algo mais por trás de tudo isso. Observe em primeiro lugar a perfeição da máquina que somos, tudo tem sentido em nosso corpo. Segundo Darwin nós descendemos dos primatas, que por meio da Evolução chegamos a este ponto de perfeição (falo do corpo físico), com racionalidade. Mas isto só foi possível pelas condições favoráveis existentes no planeta desde seu início. Aliás, não sei porque o nome Terra se 2/3 é Água.
Há quem acredite na Teoria Cósmica, ou seja, viemos das estrelas para colonizar esse planeta. Interessante notar que realmente o céu sempre causou fascínio no homem desde épocas idas. O ser humano olha para as estrelas com certo embevecimento nostálgico. Será que bate uma saudade inconsciente arraigada nos genes da espécie? Particularmente não acredito que somos os únicos seres eleitos, escolhidos, para existirem num planeta em todo universo. Já dizia o filósofo “Há mais mistério entre o céu e a terra do que nossa vã filosofia”.
Outra teoria é a Religiosa, nesta o Criador do Universo, chamado Deus criou a Terra em seis dias e descansou no sétimo. “Então, formou o Senhor Deus ao homem e pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2;7).
“E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado” (Gênesis 2;8). Esse homem foi chamado Adão, e desse homem Deus criou Eva, para ser sua companheira. Somos, segundo essa teoria, descendentes de Adão e Eva. As teorias não se combinam em nenhum ponto.
Volto ao meu dilema inicial: Quem eu sou? Serei um alienígena, um descendente de primata ou homem feito de barro. Mas se aqui estou deve existir um propósito maior do que simplesmente nascer, respirar, viver, procriar e morrer. Será que nossa função aqui é somente perpetuar a espécie pela procriação? E que energia é essa que movimenta essa máquina extraordinariamente fenomenal que é o corpo humano? São indagações que catalogo no índice do “Mistérios da Existência”. Melhor parar por aqui porque já me taxaram de louco quando escrevi “Papo com a Solidão”, “Papo com a Felicidade”, e também pela poesia “Psicopatia”, sem falar do “Ambrosio o orate iluminado”. Então antes que me presenteiem com uma camisa de força, declino:
Do livro “Quem é esse ser?” Editora A Casa do Novo Autor/São Paulo
Andrade Jorge – andradejorge2@bol.com.br
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024