setembro 19, 2024
Editora Cubile lança livro sobre a história de Sorocaba
Exposição de Artes Janelas do Brasil
Homenagem ao concurso Miss Brasil
O luar e o amor
Aldravia (3)
Em toda estação há solidão
Penso em ti e logo te quero
Últimas Notícias
Editora Cubile lança livro sobre a história de Sorocaba Exposição de Artes Janelas do Brasil Homenagem ao concurso Miss Brasil O luar e o amor Aldravia (3) Em toda estação há solidão Penso em ti e logo te quero

Jairo Valio: 'Poesia de cururu'

Um dia proseando cas criança pequena do Arraiá,/ A fessora bunita da cidade propois plantá arvoredo,/ Convidô os pai pra catá muda e semente no mato,/ Nos lugá onde tinha só pasto reflorestá pra vida vortá…”

 

Poesia de cururu

Um dia proseando cas criança pequena do Arraiá,

A fessora bunita da cidade propois plantá arvoredo,

Convidô os pai pra catá muda e semente no mato,

Nos lugá onde tinha só pasto reflorestá pra vida vortá,

Nas capoeira judiada pela enxurrada semente colocá,

Tirano a barba de bode, plantano árve no lugá,

Ali colocano otras pra vicejá e a mata brotá,

E tê vida até pros pássaro vortá a cantá.

 

Nas mata que nóis conhece tudinho,

Tiremo muda das mais bunita que vimo,

Pra plantá nos lugá onde a arvê faiô,

Colocano otras onde ela fartô,

E quando subisse forte elas crescê,

Dano fruto pros animar comê,

E os gaio pros passarinho fazê seu ninho,

Pra cantá alegre assim que o sór nascê.

 

Tudo preparadinho pras muda plantá,

Um bando de gente bunita veio ajudá,

Muié da cidade vestida do jeito de home,

Cum carça cumprida e carçano butina,

Chapéu de paia pra protegê do sór que ardia,

Puis tinham pele macia que nem porcelana bunita,

E graça as danada tinha até nos trejeito,

Falano bunito dando zoiada sem jeito.

 

Pegaro as traia pra ajudá no plantio,

Em bando até pareceno passarinho voano,

Foram umas pros campo e outras pros mato,

Plantando as muda com os buraco já pronto,

Sujano os joeio ao firmá a terra bem fofa,

Achano bunito ver a arvinha plantada,

Já mexeno quando o vento açoitava,

E elas chorava quando via as muda balançano.

 

Num se importava cos tombo que levava,

Caçoavam das outra mais desajeitada,

E as mais sapeca divertiam toda moçada,

Desembestano nos pasto até caí tropeçano,

Nos tôco escondido nas barba de bode,

Que num viam e todo mundo gargaiava,

Do tombo que arregaçava e ralava as canela,

Precisano passá sarmora pra aliviá as ferida.

 

Moçada bunita trouxe pra nóis felicidade,

Sendo da cidade podiam até tê pôco de orguio,

Fazeno troça de nós pessoa da roça,

Mais o que vimo foi bem diferente,

Se igualaro bem do jeito que nós semo,

Até falano caipirado e ansim se achamo,

Pois as danada são verdadeira paiaça,

E nóis morremo de ri das arruaça.

 

Jairo Valio

 

Sergio Diniz da Costa
Últimos posts por Sergio Diniz da Costa (exibir todos)
Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial
Pular para o conteúdo