“Um dia proseando cas criança pequena do Arraiá,/ A fessora bunita da cidade propois plantá arvoredo,/ Convidô os pai pra catá muda e semente no mato,/ Nos lugá onde tinha só pasto reflorestá pra vida vortá…”
Um dia proseando cas criança pequena do Arraiá,
A fessora bunita da cidade propois plantá arvoredo,
Convidô os pai pra catá muda e semente no mato,
Nos lugá onde tinha só pasto reflorestá pra vida vortá,
Nas capoeira judiada pela enxurrada semente colocá,
Tirano a barba de bode, plantano árve no lugá,
Ali colocano otras pra vicejá e a mata brotá,
E tê vida até pros pássaro vortá a cantá.
Nas mata que nóis conhece tudinho,
Tiremo muda das mais bunita que vimo,
Pra plantá nos lugá onde a arvê faiô,
Colocano otras onde ela fartô,
E quando subisse forte elas crescê,
Dano fruto pros animar comê,
E os gaio pros passarinho fazê seu ninho,
Pra cantá alegre assim que o sór nascê.
Tudo preparadinho pras muda plantá,
Um bando de gente bunita veio ajudá,
Muié da cidade vestida do jeito de home,
Cum carça cumprida e carçano butina,
Chapéu de paia pra protegê do sór que ardia,
Puis tinham pele macia que nem porcelana bunita,
E graça as danada tinha até nos trejeito,
Falano bunito dando zoiada sem jeito.
Pegaro as traia pra ajudá no plantio,
Em bando até pareceno passarinho voano,
Foram umas pros campo e outras pros mato,
Plantando as muda com os buraco já pronto,
Sujano os joeio ao firmá a terra bem fofa,
Achano bunito ver a arvinha plantada,
Já mexeno quando o vento açoitava,
E elas chorava quando via as muda balançano.
Num se importava cos tombo que levava,
Caçoavam das outra mais desajeitada,
E as mais sapeca divertiam toda moçada,
Desembestano nos pasto até caí tropeçano,
Nos tôco escondido nas barba de bode,
Que num viam e todo mundo gargaiava,
Do tombo que arregaçava e ralava as canela,
Precisano passá sarmora pra aliviá as ferida.
Moçada bunita trouxe pra nóis felicidade,
Sendo da cidade podiam até tê pôco de orguio,
Fazeno troça de nós pessoa da roça,
Mais o que vimo foi bem diferente,
Se igualaro bem do jeito que nós semo,
Até falano caipirado e ansim se achamo,
Pois as danada são verdadeira paiaça,
E nóis morremo de ri das arruaça.
Jairo Valio
- Movimento Cultivista Café com Poemas Sorocaba - 9 de dezembro de 2025
- Banda Renovai - 9 de dezembro de 2025
- 9ª FLAUS – Feira do Livro e Autores Sorocabanos - 8 de dezembro de 2025
Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,


