“NÃO DEIXE OS OBSTÁCULOS DA VIDA TE VENCER!
LUTE, GRITE, SONHE, SEMPRE SERÁ CAPAZ DE VENCER, BASTA ACREDITAR!”
NESSA FOTO POSSO DIIZER SEM MEDO DE ERRAR QUE:
“ UMA VIDA PAROU E, OUTRA COMEÇOU! “
INTRODUÇÃO DO LIVRO:
UMA NOVA VIDA, UM NOVO RECOMEÇO, SOBRE RODAS.
Introdução
Muitas pessoas me perguntam sobre o que eu acho e como é ser
tetraplégico. Se penso como seria minha vida se não tivesse sofrido acidente,
vou tentar responder:
1 . O QUE PENSO SOBRE SER TETRAPLÉGICO E QUAIS AS
MAIORES DIFICULDADES?
Desde que fiquei tetraplégico ainda estou tentando descobrir o que
é ter limitações, mas olho em volta e vejo outras pessoas que se julgam
‘normais’ e se vê que toda pessoa tem limitações e ninguém consegue
fazer tudo na vida.
O primeiro passo para descobrir como é ser tetraplégico e como
recomeçar a vida inicia com a vontade da pessoa em saber o que é lesão
medular, quais tipos de lesões, como se readaptar e voltar viver, saber
que não é o único no Brasil e no mundo que está preso a uma cadeira de
rodas e o mais importante: tentar sempre melhorar ou fazer algo novo,
diferente, não aceitar as limitações que a vida lhe impõe.
Sobre as maiores dificuldades penso que o fato de não ter controle
da bexiga, intestino é para mim o mais chato e constrangedor, também
em ver coisas acontecendo na minha frente e saber que poderia fazer algo
para ajudar ou correr atrás para ajudar alguém e ver que só não o faço por
ser tetraplégico, isso me deixa muito chateado.
Com certeza também o preconceito das pessoas ao olhar o cadeirante
ou qualquer deficiente físico com dó ou pena é algo muito chato. A
maioria dessas pessoas talvez nem saiba o que é lesão medular ou procuram
dar chance para um deficiente físico demonstrar que pode sim ser
igual ou melhor que as pessoas que se julgam ‘normais’.
A lesão na medula não é doença, e sim um defeito, que ainda não
tem tratamento ou cura, então se você vir um deficiente físico não fique
com dó ou pena; dê oportunidade à pessoa de demonstrar suas qualidades
e com certeza você verá que limitado é todo aquele que não se permite
conhecer novas experiências de vida, sejam elas quais forem.
Vejo também muitas pessoas saírem em defesa das pessoas com
deficiências físicas, mentais ou qualquer que seja seu problema. Pois
bem, a maioria dessas defesas é da boca para fora ou uma forma de se promover
e conseguir vantagem em algo, tendo em vista as cidades do Brasil
onde é raro o lugar que seja totalmente adaptado, que tenha calçadas
boas, rampas, etc…
Então, talvez o maior problema em ser deficiente não seja ser limita –
do, mas sim o fato de que o mundo prega a inclusão de todos, onde essa “in –
clusão” seja só uma fachada para se sentirem melhor ou menos culpados.
Com certeza têm também aquelas pessoas ou associações que
lutam e ajudam os deficientes, mas é a minoria. Eu mesmo tive sorte de
conseguir vaga na AACD onde sou muito bem tratado e informado, onde
ensinam a não aceitar ser visto como coitado ou inválido, e sim a lutar
pelos seus direitos, liberdade e sonhos.
Confesso que já tentei algumas vezes desanimar ou desistir de tudo,
mas não sei como explicar, é algo mais forte que eu. Sempre que fico
chateado durmo e passa ou algo bom me acontece e logo em seguida
recarrego minhas forças novamente. Na verdade posso dizer com certeza
e sem errar: NÃO SEI SER TRISTE E DEUS SEMPRE ESTÁ
COMIGO!
- COMO TERIA SIDO MINHA VIDA SE NÃO TIVESSE
SOFRIDO O ACIDENTE?
São raras as vezes que paro para pensar ou imaginar o que teria feito
ou como estaria hoje se o acidente não tivesse ocorrido. Mas acho que
teria continuado acorrer atrás dos meus sonhos, que era fazer faculdade,
ter meu próprio canto talvez casado ou não, chegar aos 30 anos e estar
ajudando meus pais a curtirem a vida, talvez poderia nem estar vivo, né?
Vai saber… difícil e complicado imaginar ou ter certeza de como teria
vivido.
O fato é que nunca perdi a vontade de viver ou a esperança, e Deus,
por algum motivo, quis assim. Ainda não descobri o porquê de tudo isso
ter acontecido em minha vida, mas já sei que aprendi muito e pretendo
aprender muito mais. Vivi e fiz coisas que não teria feito ou visto senão
tivesse ficado tetraplégico, por exemplo: descobrir o quanto era querido
e também como as amizades às vezes nos engana.
Leandro Camargo Oliveira – Pingo
10
Gostaria de deixar aqui escrito o quanto sou grato a Deus por estar
vivo e ter tido a oportunidade de uma segunda chance, mais complicada,
lógico, mas através da tetraplegia descobri e conheci muitas coisas da
vida boas e ruins também, que serviram e servirão de lição para resto da
minha vida.
Pai, mãe ou mãe, pai nunca vou conseguir retribuir nem 10% do
que fizeram e fazem por mim. Saibam que me orgulho muito em tê-los
como pais, nunca conheci pessoas tão honestas como vocês, sempre
foram guerreiros e tudo que temos hoje é fruto de muita luta, obrigado
por tudo: AMO MUITO VOCÊS!!
Agradeço minha família, amigos, colegas e as pessoas que me ajudaram
de diversas maneiras. Podem ter a certeza de que nunca vou
esquecer, obrigado!
Evitei colocar nomes nesse livro por receio e medo de esquecer
alguém. Tenho consciência que foram muitas pessoas que me ajudaram e
fizeram parte da minha vida, da minha história até aqui.
“DESCONHECEMOS NOSSAS FORÇAS, ATÉ SERMOS
COLOCADO A PROVA. DEUS NÃO DÁ UMA CRUZ MAIS
PESADA OU MAIS LEVE É SEMPRE NA MEDIDA CERTA.
NUNCA TENTE DEIXAR SUA CRUZ MAIS LEVE, PORQUE UM
DIA ESSE PESO LHE FARÁ FALTA!”
No texto a seguir, na primeira parte, tentei passar um pouco de
como eu era e vivia antes do acidente, com certeza muitos que lerem vão
achar falta de muitas histórias que vivi ou algo que fiz e não está no livro,
algumas fases da minha vida não me recordo, não sei ao certo se foi por
causa batida na cabeça e os traumas de crânio que tive ou é algo normal
mesmo… mas foco mais na segunda parte que fala do acidente e no novo
recomeço.
Espero que gostem e não vejam só a parte triste, mas entendam que
tudo é possível quando se ama viver!
Uma nova vida, um novo recomeço sobre rodas
Leandro Camargo Oliveira – Pingo
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.