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A artista itapetiningana é talentosa e é reconhecida até no exterior, mas não abandona os estudos aqui no Brasil

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‘Já tenho três exposições em 2016’, diz artista que trocou Paris por Enem

 'Três novas exposições internacionais já estão programadas para 2016', diz Clara (Foto: Reprodução / TV TEM)Jovem de Itapetininga terá telas expostas em shopping do Museu do Louvre. Clara Bandeira lembra conselho de amigos: ‘Falaram para esquecer o Enem’

Do G1 Itapetininga e Região

A artista Clara Bandeira, de 17 anos, que foi “impedida” de acompanhar uma exposição de dois quadros dela em Paris, na França, para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste sábado (24) e domingo (25), conta que tem um motivo para comemorar: novas exposições internacionais estão programadas para 2016. “Já tenho três exposições no ano que vem. Nova York, nos Estados Unidos, Viena, na Áustria e Porto, em Portugal, são os próximos destinos dos meus trabalhos. Nessas exposições eu pretendo ir, só espero que não tenha nenhum Enem pra me ‘impedir’”, brinca a estudante.

‘Três mostras internacionais estão programadas
para 2016’, diz Clara (Foto: Reprodução / TV TEM)

Clara teve dois trabalhos selecionados para uma exposição que começou nesta sexta-feira (23) no Carrousel do Louvre, shopping anexo ao Museu do Louvre, um dos mais famosos do mundo. Mas a euforia não foi completa, pois a jovem não conseguiu embarcar para ser um dos 7,7 milhões de inscritos a fazer o Enem.

A adolescente recorda quais foram os conselhos ouvidos por amigos quando decidiu em ficar no país. “Meus amigos falaram: ‘Imagina, esquece o Enem’. Até cheguei a pensar em desistir da prova agora na reta final, mas resolvi ficar e fazer”, revelou a artista.

Um dos professores de Clara, José Eduardo Nunes, se diz orgulhoso pela decisão da adolescente. “Ela é muito jovem e vai poder fazer isso [viajar para expor os trabalhos] mais para frente, principalmente porque ela tem dom. Ela tem vocação pra isso”, diz Nunes.

Obra feita por Clara para uma exposição sobre os anos 70 (Foto: Arquivo Pessoal / Sandra Bandeira)Obra feita por Clara para uma exposição sobre os
anos 70 (Foto: Arquivo Pessoal / Sandra Bandeira)

Agora que ficou, ter uma boa nota no exame é questão de honra para ela. A adolescente tentará cursar faculdades públicas e particulares em São Paulo (SP). Mas ainda está dividida em relação entre os cursos de direito, design e artes plásticas. “Estou indecisa ainda, mas provavelmente vou optar por design”, completa.

As obras
Esta é a primeira vez que Clara expõe internacionalmente seu trabalho. Uma obra foi pintada para uma exposição sobre moda dos anos 70. “Pintei uma mulher que representa a época. Cabelo armado e um óculos bem retrô”, diz (veja a obra ao lado).

Outro quadro foi pintado quando ela morou na Europa e, segundo ela, reflete um momento de mudanças. “Fui estudar na Inglaterra e morei sozinha por um bom tempo. Essa transição na minha vida gerou muita alegria e mudanças que nunca vou esquecer. Tentei transferir esses sentimentos na tela e o resultado foi este, um rosto colorido, que representa a alegria, mas com um ar preocupado”, comenta (veja a obra abaixo).

‘Pintura vem de berço’
Mesmo sem acompanhar a exposição, a artista é só orgulho para a família. Segundo a mãe, Sandra Bandeira, desde os 7 anos, a artista pinta quadros. Antes disso, já dava indícios de que seguiria a arte. “Clara é uma menina muito especial, não se contenta com respostas incompletas. Vai atrás, lê muito, pesquisa, é muito curiosa sobre seus interesses. Acho que vou virar assessora dela”, brinca a mãe orgulhosa.

Para Clara, a oportunidade é única. “Desde muito pequena eu fazia esculturas inspiradas em programa infantil, fazia tudo que ensinavam. Minha mãe comprava os materiais e eu imitava. Depois, aos sete anos, comecei a desenhar e não parei mais. Tenho necessidade de desenhar e faço isso com muito prazer”, conta a adolescente.

Para a jovem, o gosto pela pintura é algo natural, já que é descendente de artistas. “Sou neta de uma artista plástica e bisneta de um desenhista que fazia desenhos com carvão. Então a pintura vem de sangue”, conclui Clara.

Obra que será exposta em Paris. "Pintei quando morei sozinha na Inglaterra", diz Clara (Foto: Arquivo Pessoal / Sandra Bandeira)Colorido representa alegria e o rosto preocupação, diz artista (Foto: Arquivo Pessoal/ Sandra Bandeira)
Helio Rubens
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