Cada vez que eu olho pra você, eu vejo um pouco mais de mim.
Então eu corro pra bem longe, onde meu ímpeto desejo por ti não me alcance…
Arrisco-me a trilhar no escuro para que seu olhar não me alcance, mas é tudo em vão, pois no silêncio vácuo da trilha, ouço as batidas do seu coração.
Parecem tambores em noites de rituais indígenas, tambores soam, gritos ecoam clamores; Seriam preces ao grande espírito?
Será que até os caras pálidas clamam por nosso amor?
A natureza está ao nosso favor ou estou tomada por ilusões?
Aguardo o amanhecer, enquanto isso vou aproveitando as riquezas culturais indígenas e sonhando estar numa floresta encantada, só eu e você.
Te vejo coberto de folhas, trajar selvagem que me leva um pouco mais além! Então me atrevo a imaginar-me coberta com folhas de uva; amo o formato de suas folhas…
Atrevo-me ainda tecer uma rede de cipó pra deitarmos e juntos e olharmos as estrelas. Vejo em meu devaneio uma fogueira, e, ao redor dela, homens dançam enquanto os tambores soam.
Em meio ao ritual indígena, você me puxa pela mão e num lindo passo se põe a dançar; eu acompanho seus passos e danço como índia, todos os demais fazem cirandas e jogam flores em nós dois.
Acontece uma linda mistura entre o amor e a cultura, corpos dançam expressando arte e desejos; tornei-me mais que personagem de meu conto romântico indígena, agora sou índia branca apaixonada pela nudez da alma livre.
Verônica Moreira
veronicanoe398@gmail.com
- Meu netinho Abraão - 8 de setembro de 2024
- Fenômeno da natureza - 26 de agosto de 2024
- Minha herança - 5 de agosto de 2024