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Letícia Mariana: 'A estranha que queria morrer'

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Letícia Mariana

A estranha que queria morrer

Meu nome é Letícia, mas quem me acompanha é a Mariana. Pois bem, me chame de Letícia Mariana, caso assim lhe pareça conveniente.

Estou há dias de cama, e ninguém me trouxe um pedaço de amor. O pão de cada dia? Parecia, pelo menos naquele instante, me faltar. Só ouvia canções sobre suicídios e coisas mórbidas, pois assim me fazia necessário. Será que, após a magnitude sob confinamento, eu terei o fim das lágrimas soluçantes?

Parece que o mundo me odeia, mas algo dentro de mim, algo maior do que eu, me diz para prosseguir. Oras, seu estranho e estúpido momento de lucidez, saia do meu quarto! Quero dormir. Fedida, com fome, saciada ou diante de quaisquer paradoxos, mas preciso dormir!

Eu acordei às quatro e meia da tarde. Gritando comigo, com todos, e sem ter coragem de me encarar no espelho. Meu lindo cabelo, lindo como mel, estava encardido e sem forças! Afinal, Mariana, cadê você?

Pedi para os meus amigos rezarem por mim. Implorei para o meu noivo não me deixar! Me expus nas redes sociais sabendo que poderia perder trabalho. O que está acontecendo comigo? Nem minha mãe me aguenta mais!

Tudo bem, talvez eu seja uma estranha dramática. Lembro de momentos ruins, como os do colégio. Quando me faziam sofrer, chorar no banheiro, pois eu era a única que não fumava maconha, não bebia e ficava só, escrevendo poemas que muito diziam sobre minh’alma. Lembro de cada minuto de desespero, dor, corte, tentativas de me matar, lembro de tudo! E será que há um propósito em tanto sofrer?

Tive pesadelo. Com ele! O homem, aquele homem que ninguém saberá que existiu! De qualquer forma, acordei. Mais um dia infeliz! Cadê a minha beleza de moça? Sumiu.

De repente – quase como um sopro – eu ouvi uma voz. Aquele carinho, aquele afeto incomensurável de Deus, me trazendo forças para prosseguir! Tive ajuda de um anjinho, ele era mulher. Não era Mariana, mas estava acompanhada dela. O seu cabelo era cor de mel, assim como o meu. Só que, bem, era todo encaracolado, estilo anjo, mesmo.

O anjo mulher me deu bronca, mas cuidou de mim ao mesmo tempo. Me deu banho, roupa, comida e doce. Me deu aquele chá gelado que eu amo. Esse anjo se chama família.

Sou Letícia Mariana, e novamente desisti de morrer! Sou Letícia Mariana, e tenho muita força para continuar! Sou Letícia Mariana, e vocês vão ter que me aturar. Eternamente!

A escrita é a solidão afetuosa de minha vida. Poetisa que pulsa amor, sou eu!  Eu te amo e me amo. Infinitamente, sobretudo, eu te amo e me amo.

 

Letícia Mariana

leticiamariana2017@gmail.com

 

Leticia Mariana
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