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“Sueño narra a trajetória de uma família interrompida por uma ditadura sul-americana. Uma ditadura que, como todos os regimes totalitários, ameaça sonhos e semeia pesadelos.”
A partir do reencontro em Imortais, espetáculo de 2017, o produtor Emerson Mostacco, o diretor e dramaturgo Newton Moreno, as atrizes Denise Weinberg, Michelle Boesche, Simone Evaristo e o diretor musical Gregory Slivar firmam pacto para um novo projeto: uma livre adaptação de Sonho de uma Noite de Verão em terras latino-americanas.
Sueño estreou dia 5 de novembro de 2021 de forma presencial na área externa do Teatro João Caetano, em São Paulo. Com direção e dramaturgia de Newton Moreno e elenco formado por Denise Weinberg, Leopoldo Pacheco, Paulo de Pontes, Michelle Boesche, José Roberto Jardim e Simone Evaristo, a peça tem produção de Emerson Mostacco, direção musical de Gregory Slivar, direção de movimento e coreografia de Erica Rodrigues, pesquisa de Almir Martines, figurinos de Leopoldo Pacheco e Chris Aizner (que também assina o cenário) e design de luz de Wagner Pinto.
Sinopse
Santigo, Chile. 1973. Um grupo de teatro está ensaiando Sonho de uma Noite de Verão. Um casal de militantes foge de seu país, e é separado pela ditadura quando ela está grávida. O marido, Vine, não descansará até reencontrar sua família.
Em seu exílio, Vine sonha todas as noites com a peça que não pôde estrear e como ele pretende, através do texto de Shakespeare, encenar uma América Latina que precisa reaprender a sonhar com liberdade e independência.
Quando a ditadura é derrocada na década de 90, Vine retorna ao Chile para tentar encenar a peça novamente. O reencontro de Vine com seu país mostrará que os ecos do autoritarismo ainda podem criar novas tragédias.
Direção e adaptação
“Sueño narra a trajetória de uma família interrompida por uma ditadura sul-americana. Uma ditadura que, como todos os regimes totalitários, ameaça sonhos e semeia pesadelos. Mas esta história é narrada pelo ponto de vista de um diretor de teatro chileno, Vine, um artista que vê sua montagem do texto de Shakespeare adiada pelo golpe. A encenação explora essas camadas entre a história desta família e a trupe shakespeariana de atores que tenta bravamente ensaiar a peça, espetáculo tão sonhado por Vine”, conta Newton Moreno.
“Por isso, os recursos cênicos estão à vista do público: a roupa de ensaio como base de figurino, a equipe próxima à cena, o entra-e-sai na ‘fábula’, o cenário caixa-branca-teatral”.
“Sueño é nosso manifesto poético. Nossa teimosia estética para retornar ao teatro após o caos pandêmico e político que atravessamos, evidenciando nossa crise e buscando reafirmar a potência de nosso ofício. Buscamos criar uma sala de ensaio em busca da peça, uma peça-ensaio, sendo revisitada a cada apresentação e a cada temporada. Uma peça em processo, sempre em processo, como este continente em ensaio há séculos. Por isso, chamamos esta primeira temporada de Etapa 1 do SUEÑO – ensaiando sonhos”, ressalta o diretor e dramaturgo.
A equipe
A partir do reencontro em Imortais, espetáculo que foi sucesso de público e crítica e estreou em 2017, Denise Weinberg, Emerson Mostacco, Michelle Boesche, Simone Evaristo, Gregory Slivar e Newton Moreno firmaram um pacto para um novo projeto, Sueño.
A convivência artística entre Newton e Denise vem sendo construída há alguns anos em trabalhos como A Refeição (direção de Denise para um texto de Newton) e Da Possibilidade da Alegria no Mundo (em que Newton dirigiu Denise).
Já a parceria artística entre o produtor Emerson Mostacco e Newton Moreno já se perpetua por vários trabalhos incluindo as peças Imortais, Memória da Cana, Terra de Santo, Justa e Fronteiras. Ambos foram integrantes da Cia. Os Fofos Encenam, onde também foram parceiros de José Roberto Jardim, Simone Evaristo, Paulo de Pontes e Leopoldo Pacheco.
Já com Denise Weinberg, o produtor realizou os trabalhos Imortais e O Testamento de Maria. Outros nomes importantes neste projeto são o diretor musical Gregory Slivar e o designer de luz Wagner Pinto, que são grandes parceiros de Denise já atuantes em diversos trabalhos.
Mais memória, mais futuro
“Elegemos Sonho de uma Noite de Verão como detonador deste novo processo por ser uma peça ambígua: embaixo do tapete mágico de fadas, enamorados e quiprocós, esconde-se a sombra tenebrosa dos desafetos, desmandos patriarcais de humanos e desumanos. Shakespeare é hábil o suficiente para nos confundir, nos inebriar como a erva do Puck e, depois nos lançar nos abismos das relações docemente cruéis de seus personagens. Mas nada que possa tirar deste texto sua potência cômica e imagética, solicitando sempre ao sonho, ao devaneio e ao mistério como convidados para enfrentarmos nossa jornada humana”, conta Newton Moreno.
O objetivo do espetáculo é atravessar e ser atravessado pelo universo onírico e violento de Shakespeare para discutir nossa crise identitária na América Latina. “O continente visto como um sonho que nunca se concretiza. Um mundo que sonha menos a cada ano, como que anunciando que estamos perdendo a capacidade de sonhar um novo continente, justo e igualitário, esta eterna utopia. A interrupção deste devir latino-americano está sempre à mercê de regimes totalitários e práticas intervencionistas. Queremos adaptar a obra para o nosso ‘sueño’ latino, sempre ameaçado por desgovernos e ditaduras. E vasculhar como essa herança ainda opera em nosso pensamento como nação; quais as cicatrizes desta chibata ditatorial”, completa o produtor Emerson Mostacco.
“Como num quebra-cabeça, fomos encaixando as peças, cada uma milimetricamente pensada e eis que o Sueño está virando realidade, com um “dream team” escolhido a dedo, 47 pessoas envolvidas de uma forma rara e sendo impulsionadas pelo desejo de contar essa história, que se passa na nossa colonizada América Latina, que ainda tenta se livrar do estigma de ser colônia, se debatendo entre a fome, a miséria, as injustiças, genocídios, roubos, sendo espoliada, massacrada e sem nenhum projeto de futuro pela frente”, conta Denise Weinberg.
“Pra mim, Sueño é uma fresta para o desabafo, um escancaramento de um ultraje a que estamos sujeitos, é a possibilidade de estarmos juntos com uma turma de artistas criadores, que se debate nesse país miserável, para conseguir se expressar. Capitaneados pelo ser especial Newton Moreno, esperamos que nosso grito alivie nossos corações, cansados de tanta ignorância, precariedade e negacionismo, que assombram nosso país, povoado de tanta riqueza, mas metralhado por tanta boçalidade e violência, desde 1500. Um réquiem para esses tempos de cólera e obscurantismo. Que vivam los Sueños!!!” completa a atriz Denise Weinberg.
A montagem tem como ponto de partida a operação CONDOR, que envolveu Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Argentina, numa rede de informações dos movimentos subversivos, sendo responsável por muitas prisões e ‘desaparecimentos’. “Queremos acessar as gavetas-memórias desta rede persecutória e opressora. E assim desenvolver a dramaturgia, explorando um eixo organizador: processos ditatoriais na América Latina e as famílias separadas pela ditadura”, diz Newton Moreno.
“O que pretendemos é criar personagens inspirados na atmosfera de sonho-pesadelo de Shakespeare, para discutir o estado de letargia e espanto que sempre retorna em nosso continente. Nosso sonho-quase-pesadelo, a mercê de desmandos totalitários ou intervenções estrangeiras. Através desse suporte (cânone) europeu, Um Sonho de uma Noite de Verão de Shakespeare, queremos falar da distopia da latino-america. Regurgitar uma resposta ao Sonho, antropofagicamente, para buscar a nossa forma-eixo narrativo. Alinhados às pesquisas de ‘sulniamento da cena’: a forma latina para contar a estória. Contar-nos através de nossos ritmos, prosódias, corpos, danças. Parece-nos oportuno nosso jogo cênico de memória sobre a herança ditatorial latino-americana. Não há como se construir bases sólidas para um futuro, sem o conhecimento aprofundado do passado”, conclui o diretor e dramaturgo.
Ficha técnica:
Dramaturgia e Direção Geral: Newton Moreno
Direção de Produção: Emerson Mostacco
Direção Musical: Gregory Slivar
Direção de Movimentos: Erica Rodrigues
Elenco: Denise Weinberg
Leopoldo Pacheco
Paulo de Pontes
José Roberto Jardim
Michelle Boesche
Simone Evaristo
Gregory Slivar (músico ao vivo)
Desenho de Luz: Wagner Pinto
Figurinos: Leopoldo Pacheco e Chris Aizner
Cenário: Chris Aizner
Visagismo: Leopoldo Pacheco
Assistente de Dramaturgia e Pesquisador: Almir Martines
Assistentes de Direção: Katia Daher (primeira etapa) e Erica Rodrigues
Assistente de Produção: Paulo Del Castro
Assistente de Luz: Gabriel Greghi
Adereços e cenotécnico: Zé Valdir Albuquerque
Estrutura de box truss e arquibancadas: Fernando Hilário Oliveira
Desenho de som: Victor Volpi
Operador de Luz: Gabriel Greghi / Vinícius Rocha Requena
Operador som e Microfone: Victor Volpi
Palestrantes: Sérgio Módena e Ricardo Cardoso
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio – Douglas e Heloisa
Designer: Leonardo Nelli Dias
Fotos: João Caldas
Assistente de fotografia: Andréia Machado
Produção Audiovisual: Ìcarus
Apoio Paisagístico: Assucena Tupiassu
Costureiras: Lande Figurinos e Judite de Lima
Equipe de Montagem de Luz: Guilherme Orro / Thiago Zanotta / Lelê Siqueira
Equipe de Montagem Cenário: F.S. Montagens
Estagiários: Camila Coltri; Fernando Felix; Marcelo Araújo; Bruna Beatriz Freitas; estagiário 5; estagiário 6
Produção: Mostacco Produções
Realização: “Heróica Companhia Cênica”, “Prêmio Zé Renato de Teatro”, “Secretaria Municipal de Cultura” e a “Prefeitura de São Paulo — Cultura”
“Este projeto foi contemplado pela 12a Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura”
Serviço:
TEATRO MUNICIPAL JOÃO CAETANO – Rua Borges Lagoa, 650 – Vila Clementino – São Paulo.
Temporada: de 05 de novembro a 05 de dezembro de 2021.
Horários: De terça a domingo às 18 horas.
Ingressos: Entrada franca, com retirada na bilheteria uma hora antes do espetáculo.
Duração: 150 minutos + 30 minutos de debate após cada apresentação.
Classificação: 14 anos
Gênero: Tragicomédia
Lotação: 20 lugares
Informações: (11) 5573-3774 / 5549-1744
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Verônica Kelly Moreira Coelho, natural de Caratinga/ MG, é mais conhecida no meio cultural e acadêmico como Verônica Moreira. Autora dos livros ‘Jardim das Amoreiras’ e ‘Vekinha Em… O Mistério do Coco’. Baronesa da Augustissima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente. Acadêmica Internacional e Comendadora da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências Letras e Artes e Delegada Cultural. Acadêmica Correspondente da ACL- Academia Cruzeirense de Letras. Acadêmica da ACL- Academia Caxambuense de letras. Acadêmica Internacional da AILB. Acadêmica Efetiva da ACL- Academia Caratinguense de Letras. Acadêmica Fundadora da AICLAB e Diretora de Cultura. Embaixadora da paz pela OMDDH. Editora Setorial de Eventos e colunista do Jornal Cultural ROL e colunista da Revista Internacional The Bard. Coautora de várias antologias e coorganizadora das seguintes antologias: homenagem ao Bicentenário do romancista e filosofo russo Fiódor Dostoiévski, Tributo aos Grandes Nomes da Literatura Universal e Antologia ROLiana. Instagram: @baronesa.veronicamoreira