Celso Lungaretti: EM CARTAZ, O REALITY SHOW DO IMPEACHMENT
Como não levo a sério os partidos e personagens da política oficial, faço questão de tratá-los de forma jocosa, como se fazia no tempo do Barão de Itararé ou d’O Pasquim.
É hora de pararmos de superdimensionar os feios, sujos e malvados que atuam na comédia do poder, como a mídia nos incute sub-repticiamente o tempo todo, fazendo crer numa autonomia de decisão que eles verdadeiramente não têm, títeres que são do poder econômico.
Também neste caso, revolucionário é mostrar a nudez do rei, dos cortesãos e até dos que querem simplesmente substituir o monarca, mas não extinguir a monarquia.
Neste sentido, o artigo do jornalista Vinícius Mota, Parasitas da agonia, permite uma comparação entre dois textos inspirados pelo mesmíssimo sentimento de compaixão: o de quão cruel é permitir que Dilma Rousseff (merecedora de meu respeito como antiga companheira na luta conta a ditadura, malgrado pareça outra pessoa desde que o beijo do Lula a metamorfoseou em rainha do Planalto) permaneça tanto tempo sob os holofotes como morta-viva, ostentando a perplexidade face ao defenestramento iminente e todo seu descontrole emocional, quando a chance de reversão do quadro e permanência como presidente é zero.
Eu dei este recado no domingo (24) em clave zombeteira, como de hábito; ele, um dia depois, com o comedimento de um comentarista da grande imprensa. Mas, no fundo, ambos pensamos igual: será uma pena se Dilma não sair de cena com um mínimo de dignidade. Alguém precisa dar-lhe este toque. (Celso Lungaretti)
DEIXA DE EMBAÇAR, RENAN! ENTERRA LOGO!
Por Celso Lungaretti, no blogue Náufrago da Utopia.
Tudo bem que os filmes de zumbi venham infestando telinhas e telonas, fazendo-me temer que a involução da humanidade esteja chegando ao ápice.
Mas, é muita maldade do Renan Calheiros deixar Dilma Rousseff se arrastando por aí como presidente-zumbi, depois que deram em nada todas as suas tentativas de convencer o Brasil e o mundo de que ainda estaria viva…
Os jornalões e revistonas deste final de semana já se ocupam muito mais do governo vindouro que do moribundo, não deixando dúvida nenhuma de que, quanto ao principal, consumatum est.
E o mais saliente veículo virtual petista, o Brasil 247, começou a admitir francamente que não há mais esperanças de evitar o impedimento, conforme se constata nesta notícia de hoje. O começo diz tudo:
“Diante da possibilidade cada vez maior de ser afastada do cargo na primeira votação sobre o impeachment no Senado, a presidente Dilma Rousseff, aliados próximos e o PT articulam uma espécie de ‘governo paralelo’…“
Ou seja, até o PT já entrou no clima do dia seguinte, tanto que está se preparando para criticar o governo de Temer desde o momento em que este for empossado!
O Renan quer prolongar a agonia até meados de maio, como se o Brasil não estivesse paralisado há 16 meses, com a recessão se agravando e o desemprego aumentando a cada dia!
Deixa a coitada descansar em paz, Renan! Respeita o passado dela…
Por Vinícius Mota |
PARASITAS DA AGONIA
O longo intervalo entre a votação do impeachment na Câmara e o juízo para instalá-lo, no Senado, expõe Dilma Rousseff a um triste espetáculo. O reality show exibe a derrocada física e psicológica da figura que ocupa, sem exercer, o principal cargo da República.
A cada fala em que deslegitima a arquitetura constitucional, a mesma responsável por sua ascensão, Dilma se distancia mais da respeitabilidade. O pior castigo para um mandatário compelido a discursar todo dia é não ser levado a sério.
Quem seria capaz de manter o equilíbrio, a coerência e o sentido de sua missão institucional numa situação como essa? Quanta crueldade é obrigar um presidente de fato deposto –não há volta para quem reuniu contra si mais de 70% dos deputados– a definhar em praça pública!
O erro menor coube ao Supremo, que complicou a leitura deste trecho da Carta: “Admitida a acusação contra o Presidente, por dois terços da Câmara, será ele submetido a julgamento perante o Senado nos crimes de responsabilidade”.
O voto derrotado do ministro Edson Fachin, que reconhecia ser da Câmara o papel crucial, ajustava-se melhor à natureza sobretudo política do impeachment. Fachin deveria ser imitado na autocontenção que demonstra em face do Legislativo.
A culpa principal, contudo, é das lideranças que parasitam a lenta agonia de Dilma. Lula e o PT querem uma mártir para evitar o cisma que ameaça retirar da sigla a supremacia na esquerda. Renan Calheiros, Aécio Neves e outros figurões da centro-direita aproveitam o interregno para negociar a adesão ao novo governo.
Nenhum dos dois lados dá a mínima para salvaguardar seja a dignidade de Dilma Rousseff, seja a grandeza da Presidência da República.
Se recobrasse o discernimento, Dilma encontraria na renúncia a chave para explodir o conluio que promove esse impiedoso ritual de sacrifício.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.