Exercite a doçura
Adultos com ‘birra de criança’: é o que somos, muitas vezes… Mas a vida pode ser injusta também e cheia de situações capazes de criar um grande sofrimento e desgaste nos relacionamentos com outras pessoas. Aí vem aquele mantra do “nunca mais confiarei em ninguém “.
Todavia, decepções fazem parte da nossa caminhada; e como fazem…
Durante a vida, é óbvio que experimentaremos algum sofrimento e dor, entretanto, nem por isso temos que permitir que essas experiências destruam a alegria e esperança de viver. Nem sempre podemos escolher o que acontece em nossa vida, mas podemos escolher como iremos reagir a isso.
Eu já fui muito ferida na vida e em diferentes áreas. Percebi que Deus sempre tomava as rédeas da situação no sentido de curar minhas feridas, “passar mertiolate”; mas quem teria de decidir se continuaria no chão ou não, era eu.
Se você foi ferido, Deus pode tomar essas experiências ruins e fazê-las trabalhar para seu bem, sabia?
O tempo que perdemos remoendo o passado nos impede de planejar um presente e futuro melhor.
Não é vergonha aprender por meio das experiências dolorosas; isso chama-se: maturidade.
Há muitos anos atrás enquanto conversava com uma senhora, ela me disse algo muito interessante. Que eu escrevesse todas as minhas raivas, revoltas, anseios e mágoas num papel e depois, dissesse o que eu estava sentindo. Eu escrevi por algumas horas todas as situações que faziam meu coração amargar. Eram tantas coisas; tristezas, decepções, amarguras, que minhas mãos ficavam tão duras ao segurar no lápis que quebrava por diversas vezes a ponta.
Quando a senhora voltou, quis saber o que eu sentira escrevendo. A resposta não poderia ser outra: raiva, tristeza, decepção; um turbilhão de sentimentos.
Então, ela me ofereceu algumas frutas muito vermelhas que reconheci como amoras. Eram tão doces que enquanto conversávamos e comíamos acabei por alguns instantes me esquecendo dos sentimentos negativos. Perguntei como seria possível uma coisa daquelas e ela me disse que aquelas amoras era para eu nunca mais me esquecer de que os problemas e dissabores da vida devem ser enfrentados com muita doçura.
E assim, vou aprendendo a lidar com cada situação sem fazer aquela tempestade num copo d’agua ou colecionando inimigos. A vida é muito curta para vivermos carrancudos. Tudo tem um propósito; ainda que não consigamos entender no começo, serve para o nosso crescimento. Termino essa breve reflexão com um versículo bíblico:
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito.” (Romanos 8.28).
Andreia Caires
andreiacairesrodrigues@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024