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José Bembo Manuel: 'A desumanização social'

Jose Bembo Manuel

A desumanização social

A curiosidade sempre acompanhou o ser humano. Com ela, o (ini)migo, que carrega o título de ser o primeiro dos pecados do homem – o orgulho -, não assusta nem afugentou quem quer que seja. O capital(ismo), cada dia mais selva(gem), gera habitus e normaliza práticas pouco ortodoxas. Nesse mar de idas e vindas, a publicidade e a imagem, associadas à revolução tecnológica, geraram novos ofícios, ricos novos, falsos protagonistas, valores falsos.

A evolução tecnológica não é responsável pelos malabarismos nem pela 10ritualização das sociedades. Ergamos o peito. Nova praxis, novos habitus. Assim, as catorzinhas transformaram-se em mangas de dez, a silhueta agora é orientada, hormónios sexuais são doados a custo zero e o pudor perdeu toda a dor. A com ciência moral ganha asas no quintal mundial das redes e a prudência assume a fortaleza.

Naquele quintal, todos empoderam-se. Porém, entre o demus, cada um escolhe, infelizmente, o guia que quer. Baratearam as makumbas de perpetuar riquezas e poderes. Os deuses da makumbas são mais miseráveis que Jean Valjean antes de ser salvo pelo bispo. Por outro lado, os mídias alimentam a futilidade numa sociedade sem era nem bera. Socos e pontapés em hora nobre são vendidos e dominam debates inteiros como se nada mais importante existisse na placa de Ngola.

A humanidade perdeu-se na companhia da cidadania. Tudo se parece confuso. A cegueira ensaiada por Saramago ganhou pernas e espalhou-se já no (uni)verso da plêiade. Nada mais enxergamos e as divergências emergem.

O caos instalou-se. Influencers carregam a onda de seus tempos e, por isso, vendem a mediocridade que (e)noja os sekulus. Vendem os corpos à selvajaria, oferecem o pornô e na sexolândia de Ngola influenciam-se noviças e noviços.

As diferenças etárias (in)existem. Novos velhos e velhos adolescentes convivem e partilham espaços nunca antes vivenciados pelos jovens doutro hora. Ricaços sem educação doam milhões às escravas contratadas pela luxúria e pela ganância dos nossos dias, entretanto nada a quem de facto precisa. Nada para os incompreendidos em Gamal, de Hendrick Vaal Neto. À miséria, eles passam ao lado. Doutor(aços), oficialmente diplomados, legitimam a pseudomania da humanidade. O “do suor do teu rosto, comerás o teu pão” metamorfoseou-se em do sacrifício do teu humanismo és mais conhecido. Sim, porque nem sempre se traduz em riqueza que, frequentemente, é falsa diante das beneces da alma. Não importa o quanto temos, importa o quanto os outros pensam ou lhes damos a entender que temos. Socipócrita! Estamos num mundo de fantasmas!

A curiosidade, outro trunfo do nosso tempo, associada ao poder, cria novos poderosos depois de se doarem aos piores horrores dos curiosos. Cada mil, um capricho. Um horror, outro milhão.

Tudo isso valeria a galinha inteira se não fosse apenas para alimentar imagens e cenários que tendem a (des)aparecer enquanto os tempos passam. O biotipo da nossa existência está totalmente definido. Qualquer tendência oposta força e 10humaniza os ser(es). Os tormentos do Porta Potty constituem apenas um dos vários casos de como o dinheiro destrói o homem. Sanitas humanas, aquários ratianos, exploração sexual de orifícios excretores à troca de money. Nasce a desumanização social por via da substituição, na sociedade, dos traços humanos pelos menos ortodoxos e convencionais. O homem passa para o segundo plano. O que o dinheiro não nos faz?!

O (in)comportável sofrimento leva à perda de seres humanos numa era em que ser humano é o que queremos ser sempre. Nas queimas sociais, julgamento público nos portais virtuais legitimam as redes de mulheres que, anestesiadas, forjam-se no olimpo de milhões envenenados e encomendados.

De mil aos milhões a serem herdados, o masoquista vive e revive em si mesmo. A rede aumenta e vidas vãs arrastam-se para o ralo. Só vale quem tem. Quantos cheques para ofensas que só fazem perder tempo? Quantas aparições e espaços na antena pública para alimentar a (i)moral(sem)idade de jovens, queimando futuros e presentes promissores. Para quantas doenças teremos de lutar no futuro por causa do modus vivendi?

Teremos de nos capacitar para sarar as almas e feridas criadas pelos tempos. “Tudo vale a pena se a vida não é pequena”. E para que a vida seja realmente vivida, de tudo não precisamos, de suar necessitamos sem dó da penada alma. Apenas sejamos nós na nossa excentricidade.

Palavras-chave: Porta Porty, influencers, José Bembo Manuel, tecnologia e desumanização social

José Bembo Manuel

 

 

 

 

 

 

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