Chuva
Chove
E sei que as gotas de chuva
São lágrimas do Céu
Caindo na terra
De vez em quando
Um trovão retumba
Quebrando o silêncio
De quando em vez
Um clarão brilha
Na penumbra
A chuva desce
fria e magoada
Pingando espaçada
Sobre os telhados
E a rua molhada
Serve de leito
Para a enxurrada
E a terra se desprende
Diante da fúria da água
Chuva que às vezes é benção
E às vezes mata
E como a chuva
Minha alma também chove
Derramada e silenciosa
Sentida e triste
E nada é mais triste
Que a chuva da alma.
Ivete Rosa de Souza
iveterosad@gmail.com
- Deixe-me sangrar - 18 de outubro de 2024
- Pés descalços - 9 de outubro de 2024
- Lua - 2 de outubro de 2024
Natural de Santo André (SP) e ex-policial militar, é uma devoradora de livros. Por ser leitora voraz, para ela, escrever é um ato natural, tendo desenvolvido o hábito da escrita desde menina, uma vez que a família a incentivava e os livros eram o seu presente preferido. Leu, praticamente, todos os autores clássicos brasileiros. Na escola, incentivada por professores, participou de vários concursos, sendo premiada – com todos os volumes de Enciclopédia Barsa – por poesias sobre a Independência do Brasil e a Apollo 11. E chegou, inclusive, a participar de peças escolares ajudando na construção de textos. Na fase adulta, seus primeiros trabalhos foram participações em antologias de contos, pela Editora Constelação. Posteriormente, começou a escrever na plataforma online Sweek a qual promovia concursos de mini contos com temas variados, sendo que em alguns deles ficou entre os dez melhores selecionados, o que a levou à publicação do primeiro livro, Coração Adormecido (poesias), pela Editora Alarde (SP). Em 2022, lançou Ainda dá Tempo, o segundo livro de poesias, pela mesma editora.