Ivete Rosa de Souza: Poema ‘Deixe-me sangrar’
Não diga nada enquanto eu estiver sangrando
Enquanto meu corpo desfalece, minha alma vive
Deixe-me sangrar, todas as feridas do tempo que não amei
O sangue da insensatez, da fúria, do ciúme
Que nada me deram somente desilusão
Deixe-me sangrar os sonhos perdidos,
Por entre os dedos esquecidos em minhas mãos
Se sou louca por deixar fluir, o sangue derradeiro
Não sabe dos pesadelos, das incertezas
Nem mesmo das dores e das injustiças
Deixe-me sangrar o tempo perdido, esquecido, descabido
Que a sua presença levou, e sua ausência secou
Que se torne apenas poças de lágrimas e sangue
Que me deram por escolha sangrar até o fim.
Ivete Rosa de Souza
Contatos com a autora
- Deixe-me sangrar - 18 de outubro de 2024
- Pés descalços - 9 de outubro de 2024
- Lua - 2 de outubro de 2024
Natural de Santo André (SP) e ex-policial militar, é uma devoradora de livros. Por ser leitora voraz, para ela, escrever é um ato natural, tendo desenvolvido o hábito da escrita desde menina, uma vez que a família a incentivava e os livros eram o seu presente preferido. Leu, praticamente, todos os autores clássicos brasileiros. Na escola, incentivada por professores, participou de vários concursos, sendo premiada – com todos os volumes de Enciclopédia Barsa – por poesias sobre a Independência do Brasil e a Apollo 11. E chegou, inclusive, a participar de peças escolares ajudando na construção de textos. Na fase adulta, seus primeiros trabalhos foram participações em antologias de contos, pela Editora Constelação. Posteriormente, começou a escrever na plataforma online Sweek a qual promovia concursos de mini contos com temas variados, sendo que em alguns deles ficou entre os dez melhores selecionados, o que a levou à publicação do primeiro livro, Coração Adormecido (poesias), pela Editora Alarde (SP). Em 2022, lançou Ainda dá Tempo, o segundo livro de poesias, pela mesma editora.