‘Novo’ Centro Cultural vai abrigar exposições, peças e shows, além de contar com peças de grande valor histórico
Depois de mais de seis anos, a Prefeitura de Itapetininga inaugurará as obras de restauração e reforma do Centro Cultural e Histórico ‘Brasílio Ayres de Aguirre’, neste sábado, a partir das 15h. Entre as atividades do evento estão recreação infantil, além de apresentações culturais.
O prefeito Hiram Jr. diz que “estamos vivendo mais um momento de importância histórica para Itapetininga, pois a conclusão do nosso Centro Cultural foi um projeto muito aguardado pela população e vai trazer de volta para a cidade um dos nossos maiores cartões postais”.
Uma equipe especializada trabalhou durante meses num minucioso trabalho de restauro: “estudamos cada material utilizado nas obras anteriores e nos empenhamos ao máximo para manter as características locais e achamos que esse trabalho arquitetônico que existe é muito rico e precisa ser preservado”, destaca o responsável pela obra, Antonio Barros.
Quem visitar o Centro Cultural poderá ver grande parte do acervo de Julio Prestes e peças de grande valor histórico e cultural da cidade.
No local também servirá para exposições, peças e shows.
Os horários serão flexíveis, de acordo com a programação, mas o espaço estará sempre aberto em horário comercial.
“A cultura e a preservação histórica de Itapetininga agora tem lugar para ficar e o prédio poderá ser utilizado pelo público; assim o Centro Cultural vai ser devolvido para a cidade e ser um espaço dedicado a eventos que fomentarão a produção cultural local, além de abrigar, em grande estilo, a Secretaria de Cultura e Turismo”, comemora o secretário Maurício Hermman.
No piso superior, funcionará a Secretaria de Cultura e Turismo, que também atenderá ao público.
Quem foi Brasílio Ayres de Aguirre?
O Senhor Brasílio Ayres de Aguirre nasceu em 1844, em Itapetininga e foi casado com a Senhora Josefina Ayres Ribas.
Embora dedicado à agricultura, tinha formação universitária, bacharelado pela Escola Superior de Humanidades e Artes Dramáticas do Rio de Janeiro, onde colou grau em 1871.
Contemporâneo do imortal Venâncio Ayres, de quem era primo-irmão, em sua longa existência, apesar de ter sua formação voltada ao campo, nunca deixou de participar de grandes movimentos sociais, políticos e culturais que notabilizaram o País na segunda metade do século 19, passando da Abolição da Escravatura à Proclamação da República.
Por ter estudado em São Paulo e Rio de Janeiro, Brasílio convivera na sua juventude com ilustres personalidades do seu tempo, tendo conhecido o período de ouro da Monarquia que famosos historiadores chamaram Apogeu do Império, porque o Brasil se encontrava em franco desenvolvimento econômico.
Manteve contato com ícones da cultura brasileira, como Castro Alves e mantinha laços de amizade e de negócios com a família Prestes, inclusive com o ainda jovem, Fernando Prestes, que apresentava traços marcantes de personalidade e que, inconscientemente, já despontava para a vida pública. Brasílio foi seu grande incentivador para que Fernando Prestes assumisse a propaganda republicana em Itapetininga.
A amizade entre as famílias Ayres e Prestes pode ser aquilatada pelo fato de Fernando Prestes ter convidado Brasílio para ser o padrinho de batismo do seu famoso filho Julio Prestes.
Do seu casamento nasceram seis filhos: Paulino Ayres Ribas, Joaquim Ayres de Aguirre, Abílio Ayres de Aguirre, Anna Constância Ayres Leonel Ferreira, José Ayres Ribas e Nestor Ayres de Aguirre, todos filhos de Itapetininga, já falecidos e que deixaram numerosa prole, a qual, grande parte reside nesta cidade.
Sendo um republicano histórico, amigo inseparável dos Prestes, juntamente com eles amargou as duras represálias da ditadura getulista que atingiram as famílias itapetininganas ligadas aos estadistas de modo que seu falecimento, ocorrido em 9 de julho de 1942, casualmente, mesma data em que se comemora a Revolução Constitucionalista, foi relegado ao esquecimento, razão pela qual esta justa e merecida homenagem, se faz necessária.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.