outubro 05, 2024
Línguas e linguagens
Meta – Linguagem
Desalento
Averso
Uma linha férrea, um córrego, muita nostalgia
Márcio Castilho lança De Todos os Tons
No Jornal ROL, a alma fluminense de Augusto Damas!
Últimas Notícias
Línguas e linguagens Meta – Linguagem Desalento Averso Uma linha férrea, um córrego, muita nostalgia Márcio Castilho lança De Todos os Tons No Jornal ROL, a alma fluminense de Augusto Damas!

Tonhão, o Indiozinho Apinajé, de José Humberto Henriques

Magna Aspásia Fontenelle:

Crítica Literária

‘Tonhão, o Indiozinho Apinajé, de José Humberto Henriques’

Magna Aspásia Fontenelle
Magna Aspásia Fontenelle

Falar da obra de José Humberto Henriques é falar de um processo criativo inventivo de mensagens cristalizadas, tanto no individual como no coletivo, na desconstrução de visões unilaterais e na ampliação do processo perceptível dialético, que leva o leitor a compreender a pluralidade de vozes que compõem o universo do autor.

Magna Aspásia Fontenelle

*******

Crítica literária

 Tonhão, o Indiozinho Apinajé de José Humberto Henriques

Por Honrorico de Bulhões.


Tonhão, o Indiozinho Apinajé

Capa do livro ‘Tonhão, o Indiozinho Apinajé’

José Humberto Henriques conta na sua obra, que no tempo de suas pescarias, todas elas chamadas de homéricas, desde o lambari bonito até a pirarara bocuda, conheceu diversidade de pessoas e de lugares. É por isso que sua poesia abrange um mundo gigantesco de concepções e acentos. Esse requisito fez com que seus romances atingissem a ousadia de congregar todos os estados brasileiros, de maneira independente cada um, num só compêndio semelhado a uma enciclopédia de Literatura Comparada.

Esses detalhes fazem do autor um dos mais profícuos e alarmantes de toda s Literatura Universal. Pois o que ele dizia, conhecera diversidade de pessoas e lugares. Aprendeu a comer iguarias inusitadas e a sentir cheiros espetaculares. Nesse entretido de mundo, conheceu um indiozinho apinajé em beiradas do rio Surubim, no maravilhoso estado do Tocantins.

Era um indiozinho bem-humorado, segundo consta em suas observações. Devia ter uns sete ou oito anos de idade, tinha todas as características de seu povo. Era um índio puro. E muito bonito. O menino se afeiçoou ao pescador e aparecia todos os dias para buscar caramelos e contar histórias, rir delas e confabular alguma coisa pouca notória.

Da mesma maneira, como toda moeda tem seus dois lados, o poeta também se afeiçoou ao pequeno Tonhão. O nome já de si surgia engraçado. Uma pessoa tão miúda e graciosa com esse nome de estivador. Enquanto estava a pescar os seus piaus à sombra de um angico grande, sentado a uma pedra de bom banco, o poeta escutava as risadas e opiniões do índio. Para o apinajé não havia surpresa alguma em peixe ou pássaro, em animal qualquer. Ele estava inserido em seu mundo muito particular e somente lhe afetava e lhe mudava o comportamento quando os doces surgiam à luz dos olhos. Esse encontro, que poderia ser chamado casual, foi importante em vida do escritor, tanto eu ele dedicou um livro à figura do indiozinho, bem como alguns contos.

Foto cedida pelo autor
Foto cedida pelo autor

Esse é um compêndio de poesias com pretensões infantojuvenis, surpreendentes palavras, rimas coloridas, um misto de romance conto de fadas e poesia – em verdade -, José Humberto  Henriques introduz uma arte gratificante. Esse tipo de desafio, deve-se insistir nisso, representa uma alternativa para o pequeno leitor que já possui senso crítico, portanto, em torno da terceira infância e pré-adolescência, para discriminar entre aquilo que tem valor estético e aquilo que é simplesmente uma banalidade a ser considerada. Na verdade, a história do índio sugere um conceito de liberdade enorme e uma preocupação com o futuro das criaturas.

Tonhão é aquela figura que não escapa á fatalidade de ser impressionante e ao mesmo tempo cativante diante de quem se depara com ele e sabe que jamais estará diante de sua pessoinha risonha e determinada a fazer perguntas esquipáticas.

Sugere novidades aos leitores esse tipo de solução poética alegre e bem- humorada. Palavras ditas e sussurradas como brisa e lançadas aos ares. A figura do índio menino é uma dádiva para conhecimento e reconhecimento. Figurativo de dente-de-leão. É isso que se pressupõe de um livro como esse, feito para elaborar graças no leitor mirim.

Os desenhos são delicadíssimos. E, sem nada da pujança do desenhista que prima por detalhes que vão além do pitoresco. Aqui o desenho já nasce e se arvora em ser pitoresco. Tranças filigranadas e multicoloridas, uma para cada página. A escolha das tranças é muito simples, apenas mais uma maneira de brincar com as cores e fazer delas um trançado de imaginação fértil. A percepção do leitor – infantil ou juvenil – aguça-se de tal maneira que página a página surge um novo desafio. Forma inteligente de criar contrapontos

Foto cedida pelo autor
Foto cedida pelo autor

O livro parece quebrar a monotonia das obras infantojuvenis para despertar os pequenos para a diversidade e luz que há no canto poético bem elaborado. Um avanço para a inteligência, já que em dias modernos a influência da tecnologia mudou a vida dos pequenos leitores. Sendo assim, esse livro desafiaria também dos adultos, como na maravilhosa escrita de Manoel de Barros.

Esse indiozinho apinajé, conta Henriques, foi um menino que causou grande impacto em sua vida. Mesmo que não tenha causado os transtornos propostos em relações humanas quaisquer, o menino transportou a consciência do romancista e poeta para mundos muito além do vazio.

Biografia

JOSÉ HUMBERTO SILVA HENRIQUES, médico, pesquisador, escritor, romancista, poeta, novelista e contista, foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura (2023). Autor de 410 obras publicadas na Amazon-ebook, e livro físico. Nasceu em Brejo Bonito, município de Cruzeiro da Fortaleza, MG. Mudou-se para Uberaba em (1969).

Concluiu o ensino médio no Colégio Diocesano. Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, Uberaba-MG(UFTM,1981). Possui especialização em cardiologia pela Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto-SP (1983), e, em cardiologia infantil, pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia do Estado de São Paulo, (1984).

Mestre em clínica médica pela Universidade de São Paulo (USP,1994). Doutor em clínica médica pela Universidade de São Paulo (USP, 2002). Professor de Cardiologia na Faculdade Federal de Medicina do Triângulo Mineiro (UFTM)-Uberaba-MG.

Agraciado com vários prêmios nacionais internacionais: 1º Prêmio Nacional Vereda Literária(2002) – Uni-BH; 3º Concurso Blocos de Poesias – Rio de Janeiro (RJ); Prêmio Cora Coralina de Literatura, Goiânia (GO, 2002); Concurso Literário Nacional Taba Cultural(2001, Rio de Janeiro-RJ); Concurso Nacional de Contos Alberto Renart – 1o lugar – Serra da Ema – Fundação Cultural Cassiano Ricardo – São José dos Campos/SP, IV Prêmios Literários Cidade de Manaus(2011) – Prêmio Álvaro Maia – romance – 1º lugar – A Travessia das Araras Azuis, dentre muitos outros, recebeu aproximadamente 100 prêmios literários.

Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia; publicou artigos científicos em Revistas indexadas na área médica; REVISTA DA SOCIEDADE CARDIOLOGICA – ESTADO DE SAO PAULO, v. 4, p. 29, 1994.; REVISTA BRASILEIRA DE ECOCARDIOGRAFIA, v. 4, p. TO6, (1992). Membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, ocupando a Cadeira nº 26, assumindo a vice-presidência da Casa em 12 de março de (2009). Em (2011) foi eleito presidente da ALTM.


Voltar: http://www.jornalrol.com.br

Facebook: https://facebook.com/JCulturalRol/

Magna Aspasia Fontenelle
Últimos posts por Magna Aspasia Fontenelle (exibir todos)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial
Pular para o conteúdo