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Reflexões sobre ‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha  

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Francisco Evandro de Oliveira:

Artigo

“Reflexões sobre ‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha” 

Francisco Evandro Farick
Francisco Evandro Farick
Euclides da Cunha
Euclides da Cunha
Imagem licenciávelStore norske leksikon

Os Sertões‘, do grande escritor brasileiro Euclides da Cunha, é, sem sombra de dúvida, um marco literário na história do nosso Brasil e nestes cento e quinze anos de publicação (2015) é mister e justo que façamos uma breve reflexão sobre o ele.  

O livro descreve praticamente três pontos fundamentais em seu corpo principal.  

– Uma descrição geográfica,  

– Uma síntese sobre o problema social da época e, principalmente,  

– Uma reflexão acerca da guerra entre os jagunços de Antônio Conselheiro e as tropas do Governo Federal.  

Esses três parâmetros formam as vertentes principais desse maravilhoso livro, o qual é, juntamente com ‘Canaã‘, do escritor Graça Aranha, os primeiros, sem sombra de dúvida, marcos literários na história do Brasil.  

‘Os Sertões’, logo após sua publicação, alçou a fama, todavia, foi no exterior que ele teve o seu mérito maior e até hoje são feitas dissertações sobre o ele em várias línguas.  

Mas em que se edificou Euclides da Cunha para realizar uma obra tão bela?  

Quais foram os pressupostos que dão vida e embelezam sua obra?  

Primeiramente, temos que analisar a situação reinante dentro do contexto social vigente da época vivida por Euclides.  

Nasce a República e com ela aflora uma nova forma de pensar, uma mudança brusca no pensamento político e nas vagas revoltas dessas modificações chegaram os coletores de impostos, e como consequência, o arrocho, que gerou, de imediato, várias quebras de pequenos fazendeiros e agricultores do nosso rincão nordestino, principalmente no solo baiano.  

O desemprego torna-se reinante, a fome se multiplica e a seca inclemente veio acirrar essa situação tornando-a insuportável!  

Então, surge a revolta como a única forma vislumbrada pelos sertanejos de mostrarem as suas insatisfações com a nova forma de pensar do Governo.  

Antônio Conselheiro, um beato cearense, foi o baluarte dessa revolta e alastrando-se pelos sertões baianos, começou sua caminhada até o pequeno lugarejo chamado Canudos, tornando-se um profeta dos miseráveis e, posteriormente, um mito local e nacional.  

Antônio Conselheiro levou seus homens a lutarem contra as tropas federais até a dizimação total, foi talvez o maior genocídio consciente já ocorrido nas Américas desde a civilização Pré-Colombiana até os nossos dias.  

Canudos, um pequeno arraial, onde se concentra o cerne da batalha, serve de cenário para a obra de Euclides, entretanto, devemos questionar alguns aspectos inerentes à obra que foram já fonte de discordância ao longo de sua trajetória.  

1- A linguagem por demais difícil utilizada por Euclides; esse fato tornou-se, de imediato, um entrave, mas ao longo dos anos foi se dissipando com as sucessivas edições, bem como com a evolução cultural do povo brasileiro nas grandes cidades.  

2- O livro não é uma obra de ficção, e sim uma obra magnífica que reflete a natureza e a vivência de nossos sertanejos e sua alma humana ao longo de parte de nossa história.  

3- Ler ‘Os Sertões’ é, sem sombra de dúvida, constatar e analisar o âmago dos sertanejos brasileiros do século passado para que cada um possa tirar a sua conclusão  

                     
Francisco Evandro de Oliveira 

                      Prof. de Matemática e Física com Pós-Graduação 


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Francisco Evandro de Oliveira
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One thought on “Reflexões sobre ‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha  

  1. Parabéns ao autor Francisco, colocando em evidência o conflito da velha Canudos. Uma obra ‘aclamada’ que leva á várias refexões, tais quais expostas neste plausível artigo.

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