novembro 21, 2024
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Era uma vez em Kakuaku

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Seth Marcelo: Crônica ‘Era uma vez em Kakuaku

Seth Marcelo
Seth Marcelo
Microsoft Bing – Imagem criada pelo Designer

Comigo segue a alegria de viver a vida de maneira pronta, pós-embora desconfiado para mais um início de interrogações ao mesmo tempo, preocupação pela situação pelo qual vivemos a nossa vida. Deixo a casa e vou em direção à paragem de modos a tomar o taxi ou transporte público… surpresa! Preocupação e medo ao mesmo tempo.

Quem será encontrarei pelo caminho­­­­? Será que terá alguém das que conheço no bairro naquele ponto da vila? Se, porventura encontrar, vou fingir totalmente que não a vi. Penso, mas já faço isso sempre que aí passo, afinal, gente que estraga lares sempre fez parte do nosso dia a dia! Onde passar para escapar? A expressão tensa de todas que praticam a vida naquele lugar é exposta à vergonha crua… com isso, Deus não se dá nunca por satisfeito, entretanto, a vergonha dos que praticam tais coisas e a agonia das vítimas, continua…

Desço do taxi, viro a cabeça e vejo as filas longas de moças bonitas lá ao fundo antes da curva: olho para minha direita, na direção de quem vai ao Kikolo, cinco minutos antes do Supermercado Africana, com vergonha de fazer parte de uma geração, cuja missão que me compete é a de professor. Viro os olhos para baixo e ponho-os rente ao chão, é repugnante!

Alguns amigos movidos de cansaço e em oportunos momentos, vão no intuito de abraçar e beijar quem, com coragem, pôs-se de joelhos entra as pernas abertas para facilitar o que entra e o que sai, chorando por migalhas para se manter e, que há de chorar por esse e único motivo. Quem aprendeu que não se ganha nada sem sacrifício, está em clamor a quem só precisa desaliviar o escroto e ir encontrar a família em casa.

É tudo cumprimento de boa recompensa depois de um dia tenso e penoso de trabalho, talvez. No meio do caminho lembram: Epa! Ligam o motor peitoral, umas tantas corridazinhas na farmácia ao lado, comprar camisas de vênus! O assunto é o mesmo em todos os lados da vila até à orla do mar: rapidinha trezentos, uma hora mil kwanzas! Elas até zungam.

O trabalho da polícia é tenso: apenas para correr zungueiras e vendedores ambulantes que vão à procura de pão digno… talvez as xuxas (seios, mamas) também sejam, por isso não há quem as interrompe. Expressões de tensão e medo inundam mentes de quem vende ginguba e banana para se suster. Esses têm sempre um dia de corrida na vez dos que, com uma perna, fazem acrobacias. Marcas visíveis pelo caminho do carrossel infantil que leva cinco minutos de marchas para o sítio que convida.

Mas o problema está contido nas águas do Oceano Atlântico, um negócio muito bem orientado e está seguindo a conduta de quem os guia para não disseminar informações antagônicas e estragar o bolo. Muito cuidado em andar naquela circunscrição se se estiver munido de kwanzas! É necessário a todo sempre manter a calma e desacelerar a testosterona para poupar a vida que já não há. Ao final do dia, vou ao encontro ao meu bem maior, a família, o porto seguro que apoia em todos os momentos!

Ao chegar no bairro, há quem olhe como se de mim tivesse ideia; lembro o cenário da vila de KaKuaKu no estraga lar, só pode ser. Finalmente me venho e continuo ao lar escolhido por Deus para o repouso da alma. Primeiramente, oro e em seguida deixo cair por terra toda imagem captada na vila e a vida segue.

Na vila de KaKuaKu, trabalhar naqueles arredores, ser dono de um estabelecimento, transportar uns míseros Kwanzas, ou um prato de arroz com peixe frito, é tudo que um momento de prazer importa. Qual teste fazer? Já não se desconfia de nada e de ninguém. A nota de qualquer Kwanza é sinônima de resultados vindo de laboratório nacional de coleta de sangue. Toda uma desconfiança cai por terra diante de uma nota de Kwanza qualquer.

Às vezes, de maneira diferente várias vezes ao dia…todos estamos aprendendo e contribuindo para um mundo melhor. De repente se há certeza de que seria melhor viver a vida em um minuto de coito. Em breve tudo isso fará parte de mais um capítulo da história de kakuaku, embora com um começo no meio, estamos ajudando a escrever.

Chega a noite, terminam as reflexões e temos de nos preparar para mais um dia e poupar forças na vontade de tornar as ver e querelas. Se não ser por vontade delas, será por nossa se é que o sabem. Cada um de nós homens é este pouco e este muito de prazer que elas espalham, esta bondade e esta maldade, esta paz e esta guerra, revolta e mansidão de que proliferam. Com mais informação, menor medo e com orgulho de ser parte dessa resolução, apesar da vergonha que sinto desse negócio, que me deite em paz, e amanhã possa acordar para uma vida feliz e pacífica.

Consente que me aplique no cumprimento dos seus preceitos e não me deixes acostumar a ato algum dessa novela em Kakuaku. Não permita que caia em poder dessa vergonha nojenta e brincadeira fedorenta. Que tenha virtudes às boas inclinações, não deixe que a vila tenha poder sobre mim, Senhor. Que me livre das más inclinações e das doenças mortais. não seja que eu sonhe com a morte ‘a vida no estraga lar’.


Seth Marcelo


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Tome Simao kissanga Marcelo
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One thought on “Era uma vez em Kakuaku

  1. Adorei a crónica, professor, pois denuncia os desafios sócio-culturais que enfrentamos no nosso país, especialmente no município de Cacuaco. Em contrapartida, a crónica também apresenta, de forma tácita, questões de índole sócio-política. A crónica, a meu ver, é rica tanto do ponto de vista estético quanto do ponto de vista informativo, se assim posso dizer.

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