novembro 22, 2024
O poder cognitivo
Correntezas de um rio
Organização, gestão do lar e mesa posta
Cansaço
A força dos ipês: mais que uma reparação
O reconhecimento que não alimenta professores…
Conversa de bêbados
Últimas Notícias
O poder cognitivo Correntezas de um rio Organização, gestão do lar e mesa posta Cansaço A força dos ipês: mais que uma reparação O reconhecimento que não alimenta professores… Conversa de bêbados

Mártir

image_pdfimage_print

Sergio Diniz da Costa: Poema ‘Mártir’

Sergio Diniz
Sergio Diniz
Tiradentes, o Mártir da Independência do Brasil
Tiradentes, o Mártir da Independência do Brasil
Microsoft Bing. Imagem criada pelo Designer

O cortejo avança, ganhando os primeiros degraus.

O Sol oculta suas faces douradas,

Em cúmulos encastelados,

Contrito pelo confronto covarde;

O Cadafalso agiganta-se, ao alto,

Lúgubre e ávido por sua vítima;

No primeiro patamar irreversível

Afronta o Negro Gigante

Impávido semblante descorado.


Da vida exuberante, em seu fim inevitável;

Da morte, em implacável espera,

Antagônicos sentimentos acirrados

Ao sabor da inquieta hoste:

Aproxima-se a última hora!


O mártir, silente, olhos fulgurantes,

Passeia os pensamentos em frações menores,

Sobre a multidão esfaimada de emoções:

Gritos, impropérios…

O mártir está só!


O Cadafalso abre seus braços odientos

A receber o dócil cordeiro;

A Turba, em frêmitos aviltantes,

É um mar encapelado, a sorver o nobre destino.


Último adeus!

Onde os sectários dos mesmos ideais?

Emudece a voz, sem os ecos da constância.


Última hora!

O cordame úmido fecha suas garras

Sufocando pranto, silêncio e dor:

Tomba o Monumento, sem a solidez da esperança.


O Negro gigante, saciado em obscura vindita

Adormece em silêncio de nova espera;

A Noite, caindo o cair da licença

Tinge o cenário com a cor da monotonia;

O mártir, de despojos ignorados,

Lança-se ao rol dos esquecidos.


Uma pequenina gota do sangue heroico,

Em discreto saltitar,

Lançara-se, porém, à relva úmida.

O Tempo apagou os vestígios do holocausto

Somente não apagou a semente

Que, brotando a seu tempo,

Desfraldou ao Celeste Observador

O verde emblema da vitória!



Sergio Diniz da Costa


Contatos com o autor

Voltar

Facebook

Sergio Diniz da Costa
Últimos posts por Sergio Diniz da Costa (exibir todos)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com
Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial
Pular para o conteúdo