José Coutinho de Oliveira: Mito
Copérnico não foi copernicano, ou seja, revolucionário. É o que se deduz ao lermos o livro “História das ciências – da antiguidade aos nossos dias – I volume – dirigido por Philippe de La Cotardière – edições texto &grafia, Lisboa, 2004, pg. 212. Resta-nos agora então acharmos um nome para renomearmos a chamada “revolução copernicana”, ou seja, a crença de que é a Terra que gira em torno do sol e não o oposto. Teríamos então que a substituirmos por “revolução galilêica ” ? Essa tal “revolução copernicana” é a substituição, portanto, do sistema geocêntrico pelo heliocêntrico. E o equívoco surgiu e não mais parou, ou seja, a de chamar toda revolução de copernicana. O primeiro exemplo portanto do uso impróprio da palavra copernicano é usado em referência a Kant que teria inaugurado uma “revolução copernicana” na filosofia que consistiu em “não pôr o espírito a gravitar em torno das coisas, e sim, as coisas em torno do espírito”, encicl. Universo, vol. VI, 1973, pg. 2976. Embora não saibamos o que isso bem significa mas o fato é que Marx talvez usou esse conhecimento para dizer, então, que “não somos nós que circundamos as ideias mas são as ideias que nos circundam”, ou seja, e concluindo, o imprevisível é imprevisível. A palavra copérnico também é usado na pedagogia para se referir ao abandono do magistocentrismo pelo puericentrismo, ou seja, o protagonismo do educando. A palavra “puer” vem do latim e quer dizer “menino”, já menina é puella. A responsável por esta “revolução copernicana” na educação foi a chamada “Escola Nova” cuja origem se encontra em Rousseau, o pai da psicologia infantil. Mas o fato é que com a internet a tese de Carl Rogers, falecido em 1987 com 85 anos, está mais atual do que nunca, ou seja, o professor de hoje tem mais do nunca que ser “um facilitador” pois para o citado pedagogo o processo ensino-aprendizagem é uma facilitação, e de que não podemos ensinar mas facilitar a aprendizagem.
José Coutinho de Oliveira
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.