Jorge Facury: ‘O encantador de serpentes’
Apresentação curiosa, das mais antigas, o encantamento de serpentes podia ser visto na praça de uma pequena cidade.
Tocando seu instrumento ‘mágico’, o homem exibia o número, angariando dos transeuntes uns bons trocados. Eis que, inesperada e assustadoramente, (para a assistência e ainda mais para ele), uma das serpentes saltou do cesto e deslizou lépida em sua direção.
Sentado na posição de um yogui o encantador não se levantou a tempo e foi picado pelo réptil furioso. Ato reflexo, tentou pisar na cabeça do bicho, que o mordeu uma segunda vez! Antes que o animal deslizasse de volta para o cesto, os que assistiam correram apavorados e agentes de segurança pública socorreram o homem, levado às pressas para o hospital.
Os agentes recolheram os répteis, cujo dono não retornou mais. Os comentários eram sem fim… Uns diziam que fora maldição, outros que jamais imaginavam que fossem cobras venenosas, outros que baixou castigo divino etc. Somente um homem barbudo e maltrapilho que ouvia as conversas algo retraído da turba, resumiu a história a seu modo: “Encanto é coisa forte! Quando vira desencanto, não deixa de ser um fim…”
Jorge Facury
Contatos com o autor
- Carta aberta aos povos do cosmos - 7 de outubro de 2024
- Homenagem ao concurso Miss Brasil - 17 de setembro de 2024
- O encantador de serpentes - 11 de setembro de 2024
Natural de Tatuí (SP), e residente em Sorocaba (SP), é professor de História e escritor, com vários títulos publicados. Escreveu desde os 16 anos de idade em uma coluna semanal para um jornal de Tatuí, sobre Ufologia. Uma de suas publicações versa sobre um caso ocorrido em Sorocaba, em 1979, o ‘Caso Mariquinha’, que teve alcance internacional. É autor do projeto educacional Viva A Memória, implantado na escola Francisco Camargo César, que contempla histórias populares de bairros da Zona Norte de Sorocaba; autor de minibiografias, contos e um romance místico.