Paulo Siuves: Poema ‘Almas e verdades’
Tua arte me inspira,
mas desejo mais que a contemplação.
Quero a troca pela arte,
pela arte da troca.
um ato de entrega,
um sim sussurrado
soprado na pele
que desperta à carícia.
Não busco mármore imutável,
mas um corpo que responde,
que dança ao toque,
vibra ao desejo,
sem pressa e sem medo,
num compasso permitido aos dois.
Sua *arte não é apenas bela,
é convite à descoberta,
à escultura, ao conjunto,
onde mãos, olhares e almas
se esculpem em diálogo.
Que seja sim sensual,
mas sempre consensual,
feito de risos partilhados,
silêncios entendidos,
vinhos derramados
e o respeito que nos faz inteiros.
Quero a obra da troca,
onde a criação e o sentir
se unem em harmonia,
num acordo sublime,
de corpos,
de almas,
de poemas e verdades.
Paulo Siuves
Contatos com o autor
- Almas e verdades - 11 de novembro de 2024
- Acordes - 21 de outubro de 2024
- A canção que nunca chega ao fim - 28 de setembro de 2024
Natural de Contagem/MG, é escritor, poeta, músico e guarda municipal, atuando na Banda de Música da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte como Flautista. É graduado em Estudos Literários pela Faculdade de Letras (FALE) da UFMG. Publicou os livros ‘O Oráculo de Greg Hobsbawn’ (2011), pela editora CBJE, e ‘Soneto e Canções’ (2020), pela Ramos Editora. Além desses, publicou contos e poemas em mais de cinquenta antologias no Brasil e no exterior.