José Louro: Poema ‘Nas profundezas da dor’
Mergulhaste nas profundezas da dor
Esperando encontrar nas lágrimas
a água límpida e cristalina
para nela purificares a tua alma
Mergulhaste nas profundezas da dor
Esperando encontrar água límpida e cristalina
na pureza das tuas lágrimas.
Mas encontraste apenas um poço de pedra.
Encontrado o poço de pedra
De quem um dia encontrou o eterno sofrimento
Percebeste que a noite seria tua companheira
Até ao limite da dor, até ao fim dos teus dias.
Nesse dia fatídico percebeste então
Que a luz que um dia viste
Não passou de uma mera ilusão.
Foi nesse dia que abraçaste o teu destino.
Nesse dia fatal esvaziaste o teu coração
Da força do amor de quem um dia foi puro
e apenas quis o abraço da vida em todo o seu esplendor.
Nesse dia encheste o teu coração do granito mais frio.
Nesse dia incerto e em lugar oculto
A tua alma viria a morrer
Nesse dia incerto e em lugar oculto
A tua alma partiu para não mais voltar.
Para não mais voltar
Para não mais voltar
A tua alma partiu
José Louro
07-11-2024
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Natural de Cova da Piedade, em Almada, Portugal, é licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Autónoma de Lisboa (UAL); pós-graduado em Ciência Política pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e pós-Graduado em Gestão das Autarquias Locais, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). Valores como o Humanismo, a cidadania e a liberdade são parte da sua essência, pelo que a sua poesia reflete esses valores. José Louro tem como referências poéticas Fernando Pessoa, Miguel Torga, Natália Correia, Herberto Hélder, Miguel Gomes Coelho, Eduardo Roseira, entre outros. Na prosa, tem como referências principais Eça de Queiroz, Herman Hesse, Ernst Junger, Fernando Namora, George Orwell, Aldous Huxley, entre muitos outros.