Paulo Siuves: Poema ‘Serenata do cantador’


Em noites de luar, caminho sozinho,
Levando no peito um canto calado.
A Lua ilumina um destino mesquinho,
De quem ama o eco de um tempo passado.
Meu coração pulsa em acordes dispersos,
Um piano trêmulo sem maestro ou partitura.
Cada compasso se perde em tolos versos,
Que escrevo ao vento, sem assinatura.
O vento sussurra seu nome em segredo,
Mas já não sei se ele ainda te alcança.
O amor é um sopro, um breve enredo,
Que um dia me aquece e depois se cansa.
Nos campos da vida, entre lutas e glórias,
Te vejo ao longe, em memórias gastas.
Na melodia que embala histórias,
Seu rastro insiste, mas já não basta.
Ó musa ausente, quem te inspira agora?
Em que braços entregas teu sonho e alegria?
Mesmo distante, seu riso me ancora,
E canto em silêncio… pois é tudo o que eu queria.
Paulo Siuves
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Natural de Contagem/MG, é escritor, poeta, músico e guarda municipal, atuando na Banda de Música da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte como Flautista. É graduado em Estudos Literários pela Faculdade de Letras (FALE) da UFMG. Publicou os livros ‘O Oráculo de Greg Hobsbawn’ (2011), pela editora CBJE, e ‘Soneto e Canções’ (2020), pela Ramos Editora. Além desses, publicou contos e poemas em mais de cinquenta antologias no Brasil e no exterior.