Loide Afonso: Poema ‘O contrário de berço’


às 12:14 PM
Éramos o berço
Onde tudo começou
E agora
Acabou
Tudo mudou
A corrupção se acentuou
E a comida acabou
Os minerais
Estão sendo levados
Com a mentira de que
Serão devolvidos
Mataram a espiritualidade
Trazendo a religião
E nos fizeram
Acreditar
Que somos bruxos
Apagaram vestígios
Bibliotecas vivas
Grandes pensadores
Nos fazem acreditar que
Somos bem-vindos
Em suas casas
Que somos todos iguais
Iguais?
Ao sairmos
Somos supervisionados
Com armas
E máquinas
Como se fôssemos ladrões, bandidos
Fundem
A beleza
Com realeza
Nós somos tudo
Duro
Sujo
E temos que ficar mudos.
Loid Portugal
- Grito silencioso - 12 de dezembro de 2025
- Dia feio - 26 de novembro de 2025
- Morte antes da vida - 18 de novembro de 2025
Mais conhecida no meio literário como Loid Portugal, 26, é natural de Conda, província do Cuanza Sul, Angola, e atualmente reside em Windhoek, Namíbia, onde trabalha e estuda. É bacharel em Comunicação Social, pela Universidade ISPPU. Foi radialista por cinco anos, na sua província de origem, no qual apresentava o programa Camdengues e, depois, Sons e Tons. Estreou no mundo do stand up comedy em 2022, no palco do Goza Aquí, num show de Mulheres e, no ano seguinte, participou das eliminatórias, classificando-se em segundo lugar das eliminatórias. É colaboradora como editora no portal de informação KSN. Autora de dois livros, ainda não publicados. Coautora de uma coletânea que sairá em breve.


Mataram a espiritualidade
Trazendo a religião
E nos fizeram
Acreditar
Que somos bruxos
Apagaram vestígios
Bibliotecas vivas
Grandes pensadores.
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