Falando sobre leitura na arte.
Minha tela foi lida por um Jovem escritor, João Gabriel Machado que escreveu uma crônica.
Na chuva em Paris.
A junção da arte com a literatura.
Sobre o castigo de sentir-se só, mesmo não estando sozinho.
Ao ter os olhares pousados sobre a tela, de imediato senti uma sensação tocante de euforia e beleza, que a mesma passa por conta de suas cores vivas e paisagem afável, ainda que o jogo de cores remetesse a um chão úmido levando a pensar sobre uma suave garoa de verão. Ao mesmo tempo em que também de imediato e inevitavelmente, como qualquer outro notaria, notei as figuras humanas depositadas em volta do que parecia ser um bar, ao que sagaz substituiu o sentimento de outrora euforia por dúvida e certa desolação, pois assim estavam os protagonistas: desolados. Embora todas as figuras envoltas em seus trajes de época –um pouco encharcados pela chuva, devo supor- formassem um conjunto, todos estavam sozinhos, não havia pares ou grupos.
Ainda na busca que até pouco parecia interminável pela resposta do por que tamanha singularidade dos tais e percebi-me fitando ininterruptamente a carmesim figura feminina de costas, prostrada suavemente com seu guarda-chuva no mesmo tom. E eis que a minha resposta estava nela, apesar da mesma apresentar tantas dúvidas como: Por que ela estaria parada no meio do cotidiano? Observando a vida, alguns dirão, outros e nestes incluo-me, diriam que ela estava esperando por alguém, então do manto da incógnita, emerge a reluzente resposta. A dama estava esperando por alguém, mas quem ali, em suas imensas solidões suavizadas pela bela chuva de verão não estava esperando por alguém? Qual das figuras representadas tão belamente em traços esplêndidos da artista Walkiria, que são tudo o que conhecemos sobre a eternidade, encontrava alento na companhia?
Esta obra, sobre toda sua singularidade e poesia traz uma bela reflexão sobre a vida moderna e o castigo que a mesma nos impõe: o de nos sentirmos só, mesmo não estando sozinhos, ainda que suavizada por outro espaço e tempo.
Esta obra, sobre toda sua singularidade e poesia traz uma bela reflexão sobre a vida moderna e o castigo que a mesma nos impõe: o de nos sentirmos só, mesmo não estando sozinhos, ainda que suavizada por outro espaço e tempo.
A humanidade, em todo seu cotidiano, pode ser representada pela frágil figura de madeixas morenas, prostrada diante do tempo, enquanto chuva cai, com ela esvai-se nosso tempo. Perplexos por nossos compromissos e rotinas.
Devo falar, que fiquei maravilhado sobre como a chuva foi retratada, a paleta de cores vivas, é realmente original, pois na maioria dos quadros, sempre que a chuva se faz presentes, ela é representada com cores escuras, remetendo a algum tipo de tristeza e desesperança, porém, de maneira um tanto inovadora, ela se mostra com cores claras e vivas, passando a mensagem de que: não é porque é esta chovendo que precisa ser triste, e numa analogia livre concluída após a leitura do quadro, o nosso tempo na terra, assim como a chuva, cai de pé e corre deitado e isso não é motivo de tristeza. Não tendo como fugir deste martírio, resta a nós vivê-lo intensamente, cada segundo, ou ainda sobre a chuva, cada uma de suas gotas.
Devo falar, que fiquei maravilhado sobre como a chuva foi retratada, a paleta de cores vivas, é realmente original, pois na maioria dos quadros, sempre que a chuva se faz presentes, ela é representada com cores escuras, remetendo a algum tipo de tristeza e desesperança, porém, de maneira um tanto inovadora, ela se mostra com cores claras e vivas, passando a mensagem de que: não é porque é esta chovendo que precisa ser triste, e numa analogia livre concluída após a leitura do quadro, o nosso tempo na terra, assim como a chuva, cai de pé e corre deitado e isso não é motivo de tristeza. Não tendo como fugir deste martírio, resta a nós vivê-lo intensamente, cada segundo, ou ainda sobre a chuva, cada uma de suas gotas.
Parabéns ao Jornal Rol pela liberdade de expressão e o nível de suas matérias!
Walquiria Paunovic
Últimos posts por Helio Rubens (exibir todos)
- Como o jornalista Helio Rubens vê as coisas - 9 de janeiro de 2024
- Como o jornalista Helio Rubens vê o mundo - 27 de dezembro de 2023
- Como o jornalista Helio Rubens vê o mundo - 22 de dezembro de 2023
É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.