“Sonhei. Meu coração estava inquieto./ Queria viajar, percorrer distâncias, alçar voos,/ Sondar corações, medir intensidades,/ Saber se ainda existe o amor,/ Aquele verdadeiro, sem falsidades,/ Intenso, com troca de olhares,/ Nunca de agressões absurdas.”
CORAÇÃO PEREGRINO
Sonhei. Meu coração estava inquieto.
Queria viajar, percorrer distâncias, alçar voos,
Sondar corações, medir intensidades,
Saber se ainda existe o amor,
Aquele verdadeiro, sem falsidades,
Intenso, com troca de olhares,
Nunca de agressões absurdas.
Procurou primeiro uma criança,
Absorta numa brincadeira inocente,
Na qual empunhando uma rosa vermelha,
Tirava suas pétalas para sentir seu perfume,
E depois de junta-las nas palmas das mãos,
Jogou-as no ar onde a brisa de passagem,
Fez com que se dispersassem e meu coração vibrou.
Depois sondou o mundo de uma mãe que amamentava,
E viu uma troca intensa de olhares entre ela e o bebê,
Sentindo que aquele momento mágico de ternuras,
Não existia igual e por esse cenário se apaixonou,
Vendo que o amor habitava naquele aproximar de corpos,
Onde o leite da vida era sugado com intensidade,
E tirou conclusões que deixou meu coração feliz.
Voou para distantes paragens observando a natureza,
E viu que o verde das matas acalmava meu coração inquieto,
Tantas as belezas que viu na floresta toda florida,
Com cachoeiras caindo mansinhas lá do alto do morro,
E a passarada em revoadas cantavam lindos gorjeios,
Até que tomaram seus rumos em busca de alimentos,
E depois o silêncio foi tomado pela brisa que me acalentou.
Esqueci então que no mundo ainda existem as guerras,
Perversões onde se matam por mesquinhas disputas,
Onde até as religiões que deveriam pregar o amor,
São motivos para se destruírem nações ou dinastias,
E as crianças, mulheres e idosos são as maiores vítimas,
Que aos milhares morrem ou peregrinam sem destinos,
E meu coração mutilado e sangrando copiosamente chorou.
Busquei então o amor entre os casais apaixonados,
Observando se são verdadeiros ou então de momentos,
E naqueles onde a mulher recebe carinhos e também flores,
Ele frutifica até se consolidar numa troca de alianças,
Onde no Altar e com a presença de Deus e testemunhas,
As promessas devem ser cumpridas numa feliz existência,
E do sonho que vivi percebi que ainda existem esperanças.
Jairo Valio – valio.jairo@gmail.com
03/01/2015
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É natural da cidade de Pilar do Sul, mas foi para Sorocaba com apenas 14 anos, onde formou-se Técnico em Contabilidade. Trabalhou em diversas Instituições Financeiras durante 38 anos como Gerente, aposentando-se no Banco Safra S/A. É membro efetivo da Academia Sorocaba de Letras, ocupando a cadeira n. 14 e da Academia Poçoense de Letras e Artes de Poções, Bahia, ocupando a cadeira n. 25. Escritor, pesquisador e poeta, é autor do livro ‘Nascente das Águas’, livro autobiográfico e histórico, contando a história da cidade onde nasceu, e de Sorocaba. Participou de 2 edições da coletânea ‘Roda Mundo’, da coletânea ‘Um Olhar sobre Sorocaba’; de 4 edições da coletânea do Sorocult e 04 do Sorocultinho, livrinhos de literatura infantil. Fez parte do Grupo Literário Coesão Poética, participa do site literário Recanto das Letras e tem uma página no Facebook com o título “Vovô Poeta” com muitas postagens de poesias de amor. É membro fundador do Clana- Clube Literário e Artístico Nascente das Águas de sua cidade natal. Escreveu crônicas em jornais de Sorocaba e Pilar do Sul. Trabalha em projetos sociais como voluntário na Pastoral do Menor e no Lar São Vicente de Paulo. Por sua atuação em projetos sociais, foi agraciado em 21-06-2002 com o título de Cidadão Sorocabano, conferido pela Câmara Municipal de Sorocaba. Em 2021 foi agraciado com o título de Acadêmico Nacional de Grande Honra pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes.