ATENTADOS
A humanidade passa por uma crise de intolerância e violência.
Na verdade, jamais estivemos livres de tais infortúnios, mas, com a globalização da mídia, tomamos conhecimento de qualquer atentado, ainda que distante. A intensa, e por vezes abusiva e exagerada cobertura dos atos de violência, tem o condão de incentivar atentados, em milhões de mentes insanas, por perambulam por aí.
No Brasil, recentes atentados ocorreram em escolas, igrejas, cinemas e shoppings, deixando grande número de vítimas. Em nosso meio, os atentados são praticados mais por insanidades que movidos por alguma estranha ou radical ideologia.
O terrorismo clássico atentava contra mandatários e contra símbolos e estruturas necessárias ao regime que combatia. Com a banalização dos atos, passou a atentar contra a tranquilidade e rotina dos povos.
Os atentados exigem, como resposta, intensa investigação policial, além da implantação de estruturas e sistemas de segurança que dificultem–lhes a repetição. Ocorre que a segurança tem seu preço, e gera mais um ônus a ser suportado pela população.
A resposta mais civilizada e inibidora que uma sociedade pode dar aos atentados é manter a rotina e hábitos, com aporte adicional de segurança. Os atentados insanos podem ocorrer em qualquer hora e lugar, e em alguns locais a sensação de insegurança é constante, pelo risco de uma bala perdida, em pleno domicílio.
Nossas escolas são, de fato, carentes de estruturas e sistemas de segurança. Na maioria delas, o acesso é livre e são raras as que contam com pessoal especializado em prevenir e responder a ataques.
As multidões que frequentam nossas escolas exigem, dos governos, ações que imprimam alguma segurança e cautela ao ambiente. Presidente, governadores e prefeitos podem, cada qual em seu âmbito, adotar medidas preventivas.
Países desenvolvidos monitoram indivíduos suspeitos, ou com histórico de violência, e mesmo assim acabam sofrendo um ou outro atentado. A insanidade humana nem sempre é visível, e manifesta-se de maneira imprevista, em pessoas aparentemente pacatas e ordeiras.
A cada atentado, surgem e são propalados argumentos pró-desarmamento generalizado, medida que jamais dificultou o acesso a armas, por parte de insanos. Curiosamente, muitos líderes de movimentos contrários à posse de armas contam com seguranças legalmente armados.
Os atos de violência podem surgir em todos os ambientes, e frequentam os noticiários de cada dia. Cautelas são necessárias, mas não devem ser alçadas a nível de neurose.
Locais de aglomeração humana, em nosso meio, ainda seguem desprotegidos, como se habitássemos o paraíso. Rondas, ainda que frequentes, pouco previnem, e são referidas à exaustão, pelos que deveriam cuidar da segurança coletiva, e não o fazem.
Pedro Israel Novaes de Almeida
O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.
- Como o jornalista Helio Rubens vê as coisas - 9 de janeiro de 2024
- Como o jornalista Helio Rubens vê o mundo - 27 de dezembro de 2023
- Como o jornalista Helio Rubens vê o mundo - 22 de dezembro de 2023
É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.