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Companhia Delas comemora 20 anos de história

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Companhia Delas comemora 20 anos de história com websérie sobre Maria Sibylla Merian: uma das maiores ilustradoras científicas de todos os tempos

Em 2020, em plena Pandemia do Coronavírus, a Companhia Delas trabalhou para  levar ao meio digital sua pesquisa sobre Mulheres e Ciência. O primeiro resultado foi a Trilogia Olho Mágico, recentemente premiada pelo APCA 2020. Agora, para comemorar seus 20 anos de história, as atrizes contam a história de Maria Sibylla Merian numa websérie em 5 episódios transmitidos pelo Youtube, onde também haverá um conjunto de ações e conteúdos voltados para crianças.

Além da qualidade da pesquisa científica, histórica e a experiência das componentes do grupo na comunicação com o público infanto-juvenil, outro grande diferencial do projeto é que todo o material criado pela Companhia será também disponibilizado em uma versão com recursos de acessibilidade, contando com audiodescrição e interpretação em libras.

Há 20 anos, as atrizes Ciça Magalhães, Fernanda Castello Branco, Julia Ianina, Paula Weinfeld e Thaís Medeiros decidiram, ainda adolescentes, no Teatro Escola Célia Helena, formar uma companhia para fazer teatro do jeito delas.

Com 16 prêmios no currículo e sucesso de críticas, a Companhia Delas inicia as comemorações de duas décadas de história, a partir de 24 de fevereiro, com a websérie Maria e os Insetos, que conta, para crianças, a trajetória de Maria Sibylla Merian, nascida na Alemanha em 1647, que combinou ciência e arte para se tornar uma das maiores ilustradoras científicas de todos os tempos.

O trabalho foi concebido para o teatro com direção de Thaís Medeiros, com as atrizes Julia Ianina, Fernanda Castello Branco e Paula Weinfeld no elenco e chegou a estrear no Sesc Consolação em fevereiro de 2020 com ingressos esgotados e fila de espera em todas as sessões Com a pandemia, as atrizes decidiram que desdobrariam o trabalho para o audiovisual com a proposta de “ser gostoso de assistir em casa, mas que também tenha um gostinho de teatro”.

Buscaram uma equipe audiovisual para ajudar na missão e chamaram para formar a time o Murilo Alvesso (Assum Filmes), que entendeu o desejo da companhia e encaminhou a filmagem de forma viva, pulsante, reafirmando a todo momento a teatralidade do registro. A direção de arte fica por conta da experiente atriz, artista plástica e figurinista Mira Haar, uma das criadoras do Pod Minoga na década de 60 e também conhecida pelos seriados Rá-Tim-Bum e Mundo da Lua, da TV Cultura.

A websérie com 5 episódios, com média de duração de 15 minutos cada, será disponibilizada gratuitamente no Youtube e foi gravada durante quatro dias, em setembro de 2020 no Sesc Santo André. “O grande desafio foi entender como fazer a peça sem buscar o olhar das crianças na plateia, que é algo muito importante para nós. A gente precisou criar uma nova relação com quem nos assiste através da câmera. E nessa nova experiência, a câmera era nosso público imaginário”, contam as atrizes.

Para a companhia, contar a história de Maria Sibylla Merian durante a pandemia é muito oportuno, já que estamos vivendo um momento que escancara a necessidade de entender e valorizar o papel da ciência. “Nessa pesquisa descobrimos que artistas e cientistas têm tudo a ver. Ambos precisam ser criativos e curiosos, ambos fazem perguntas e buscam respostas. As crianças também têm essas qualidades e se identificam com o desejo de entender o mundo. Por isso a gente ama contar histórias de mulheres que enfrentaram a ignorância e a intolerância para entender e melhorar o mundo em que viviam”, comentam as integrantes da Companhia Delas.

Quem foi Maria Sibylla Merian e por que contar sua história?

Desde jovem, Maria começou a coletar insetos para estudar seus comportamentos. O padrasto ensinou-a a pintar, habilidade que ela usou para ilustrar os diferentes estágios da vida de seus insetos favoritos. Maria se interessava especialmente pelas borboletas. Na época, ninguém entendia realmente a conexão entre as lagartas e as borboletas. Em 1679, ela publicou um livro sobre metamorfose, repleto de anotações científicas e ilustrações.

A partir daí a vida de Maria mudou drasticamente. Ela deixou o marido e levou a mãe e suas duas filhas para a Holanda. Elas se juntaram a um grupo religioso estrito que tinha laços com uma colônia holandesa na América do Sul, o Suriname. O grupo religioso mal administrado acabou se desfazendo, mas o interesse de Maria pelo Suriname permaneceu. Aos 52 anos de idade, curiosa a respeito dos novos insetos, Maria desbravou as florestas da América do Sul. Ela documentou insetos nunca vistos antes e enfrentou os perigos da chuva e do calor. Infelizmente, a viagem terminou antes do previsto, pois ela contraiu malária e teve que voltar à Europa. Mas ela já tinha feito as ilustrações de que precisava para criar seu maior livro. “A metamorfose dos insetos do Suriname” foi publicado em 1705 e se tornou um sucesso em toda a Europa. O trabalho de Maria ajudou os cientistas futuros a classificar e entender os insetos. Suas ilustrações belas e detalhadas surpreendem e ensinam pessoas até hoje.

“As mulheres são praticamente metade de nossa população e simplesmente não podemos nos dar ao luxo de ignorar esse poder cerebral: o progresso da humanidade depende de nossa busca contínua pelo conhecimento. Mulheres como Maria Sybilla Merian provam ao mundo que não importa o gênero, a raça ou os antecedentes: qualquer pessoa pode realizar coisas grandiosas. O legado delas está vivo. Hoje, mulheres de todo o mundo continuam arriscando tudo para descobrir e explorar. Celebremos essas desbravadoras para que possamos inspirar a próxima geração. Juntas, podemos continuar do ponto em que elas pararam e seguir na busca do conhecimento. Acreditamos no poder de espalhar histórias inspiradoras como essa e em contribuir para a transformação dessa realidade. Essa é nossa parte nesse trabalho de formiguinha”, falam as atrizes.

Do teatro para o audiovisual

Murilo Alvesso conta que há um tempo procura entender como a experiência do teatro pode ser compatível com o vídeo, já sabendo que diante da câmera a obra sempre se transforma em outra. “As perspectivas e os olhares seguem uma lógica diferente na tela. Os movimentos de câmera e a proximidade com os atores são boas ferramentas para perseguir o vigor que só a presença no teatro tem. É um exercício de parceria com a turma do espetáculo que precisa estar aberta a transformações na encenação, e com a Companhia Delas isso foi perfeito. Na aventura de levar Maria e os Insetos para o formato audiovisual, a intenção foi que a câmera pudesse estar simultaneamente na cena e na plateia. Assim como um quarto personagem, o público dessa websérie vai seguir viagem com a Maria por oceanos e florestas construídas dentro do palco e da imaginação”, conta Murilo.

A veterana Mira Haar já dirigiu espetáculos da companhia e faz os figurinos e cenários desde o início do grupo. “Em Maria e os Insetos não foi diferente, mas foi ainda mais especial porque a Maria Sibylla era ilustradora – ela traz seus estudos com cor, textura e composições muito bonitas. Nós queríamos trazer a beleza das suas ilustrações para a peça. Por isso, era inevitável que a questão plástica e estética fossem centrais nesse trabalho. E ninguém melhor que a Mira para aproveitar todo esse material e levar pro palco. Quando chegou a câmera foi incrível, porque pudemos explorar a dimensão dessa beleza em várias camadas. Aí entra a importância da luz, que foi essencial para criar ambientes, climas, esconder e revelar o cenário na hora certa. Para esse desafio também tivemos o privilégio de contar com o talento do querido Wagner Freire, que, assim como a Mira, trabalha há anos com o nosso grupo e  que reforçou a plasticidade da cena. Tudo isso é parte importante dessa história, é parte da dramaturgia também”, contam as criadoras da Companhia.

Atividades complementares – LIVES

Além da websérie, que vai ser disponibilizada também na versão acessível, o projeto conta com CONVERSAS DELAS, 3 lives que acontecem nos dias 08, 15 e 22 de março, às 20h.

1ª CONVERSA (08/03, 20h) – “Uma conversa sobre acessibilidade, convivência e o teatro.”, com participação de Paula Lopez e Pauline Luise Fonseca; –

2ª CONVERSA (15/03, 20h) – “Uma conversa sobre referências para o imaginário infantil” com a participação de Beth Carmona e Gabriela Romeu;

3ª CONVERSA (22/03, 20h) – “Uma conversa sobre a divulgação de histórias de mulheres que mudaram o mundo” com a participação de Angélica Kalil e Duda Porto de Souza.

Atividades complementares – vídeos interativos 

Grupo de mulheres que trabalham com arte e investigação da natureza para crianças, o Coletivo Miudezas faz parte da programação de Maria e os Insetos. Durante a temporada no teatro do espetáculo, o Coletivo realizou um ateliê na saída da peça, com atividades que desdobravam a temática da peça e permitiam às crianças colocar a mão na massa.

Para a websérie, essa atividade também foi adaptada. “Adoramos o trabalho delas que tem tudo a ver com o olhar da Maria Sybilla. É um material complementar muito rico e possibilita que o tema da websérie continue presente para as crianças e famílias, com atividades possíveis de se fazer em casa. Serão seis vídeos curtos que propõem atividades simples e divertidas para que as crianças se desafiem e se divirtam. Acreditamos que essas atividades têm potencial de instigar o olhar para as pequenas transformações que acontecem ao nosso redor”.

Projetos e futuro

A Companhia Delas estuda a possibilidade de transformar a peça Mary e os Monstros Marinhos também numa websérie, além de disponibilizar no Canal de Youtube os três episódios de “Olho Mágico” – recém-premiado pela APCA – que realizaram em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura. Assim que possível, claro, elas desejam voltar aos palcos com o espetáculo Maria e os Insetos, que teve sua agenda de apresentações interrompida pela pandemia, e também realizar a terceira parte da trilogia MULHERES E CiÊNCIA, com a estreia do espetáculo Caroline e os cometas.

“Sentimos que temos um material infinito, de histórias emocionantes e assuntos fascinantes, que precisam ser contados. O teatro é uma das possibilidades de contar essas histórias. Estamos descobrindo novas formas, espaços e linguagens. Mas ainda estamos conhecendo e descobrindo esses novos caminhos. O mais importante para nós, nesse momento, foi poder seguir criando e em contato com essa pesquisa que tanto nos alimenta. Talvez esses novos formatos tenham mesmo chegado para ficar no nosso grupo, mas isso ainda é algo que vamos descobrir. Estamos torcendo para dar certo”.

Sobre a Companhia Delas 

A Companhia Delas é um grupo de produção e pesquisa teatral criado em 2001. Formado apenas por atrizes (Ciça Magalhães, Fernanda Castello Branco, Julia Ianina, Paula Weinfeld e Thais Medeiros), são elas as idealizadoras, produtoras e coordenadoras de todo o processo de criação de seus trabalhos. Com 11 espetáculos em seu repertório, a Companhia já trabalhou sob a direção artística de Rhena de Faria, Silvana Garcia, Eric Lenate, Nelson Baskerville, Carla Candiotto, Mira Haar, Ana Roxo, Marco Antonio Rodrigues, entre outros. Ao longo de 20 anos de atuação, a Companhia acumula 14 indicações e 7 prêmios entre APCA, Shell, PANAMCO, Coca-Cola FEMSA, Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem. Dentre seus espetáculos infantis estão: “Mary e os Monstros Marinhos”, com a direção de Rhena de Faria (Prêmio APCA de 2018 de Melhor Espetáculo de Texto Original, indicado em 9 categorias no Prêmio SP de estímulo ao teatro Infantil e jovem); “A famosa invasão dos ursos na Sicília”, inspirado no romance homônimo de Dino Buzzati, com a direção de Carla Candiotto (Prêmio APCA 2014 de Melhor Elenco de espetáculo infantil, indicado em 4 categorias no 1o Prêmio São Paulo); “Histórias por Telefone”, a partir do livro de Gianni Rodari, com a direção de Carla Candiotto (APCA 2011 de Melhor Espetáculo; Prêmio APCA 2011 de Melhor Direção e Prêmio Coca-Cola FEMSA 2011 de Melhor Direção); “Quase de Verdade”, baseado na obra de Clarice Lispector com direção de Ulisses Cohn (Prêmio APCA 2001 de Melhor Espetáculo Adaptado). No período da pandemia a Companhia se lançou o desafio de levar sua pesquisa para crianças através de novas linguagens. Assim surgiu a websérie OLHO MÁGICO, composta por três episódios produzidos em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura. A iniciativa foi premiada com o APCA 2020.

Sinopse
No início do século XVII uma mulher decide explorar sozinha as enigmáticas florestas tropicais do Suriname. Lá ela encontra calor, umidade, plantas exóticas e… insetos! O que para alguns era motivo de repulsa, para ela era material de pesquisa. Seu olhar e paciência em acompanhar o processo de metamorfose das borboletas revolucionou a maneira como esses animais foram compreendidos. A vida de Maria nos fala sobre determinação, coragem e persistência.

Ficha técnica 

Direção: Thaís Medeiros

Dramaturgia Original: Fernanda Castello Branco, Julia Ianina, Paula Weinfeld e Thaís Medeiros

Elenco: Fernanda Castello Branco, Julia Ianina e Paula Weinfeld

Direção de Arte: Mira Haar

Iluminação: Wagner Freire

Trilha Sonora Original: Arthur Decloedt

Gravações de Campo: Projeto Sonora – MIHNA (Museu Imaginário de História Natural da Amazônia)

Preparação Corporal: Mauricio Flórez

Consultora de Biologia: Profa. Me. Elaine Machado

Vídeo Metamorfose: Cia. Pavio de Abajour

Aderecista: Carlos Rebecca

Flipbook: Victor Merseguel

Animação Imagens Flipbook: André Catoto

Modelagem e Costura: Ateliê Judite de Lima

Chapéus: Fabio Namatame

Pintura Piso e Cavaletes: Fabin Cenografia Equipe

Design Painel e Identidade Visual: Lorota

Design Reproduções  e Estudos: Theo Haar de Souza

Cenotécnico: Mateus Fiorentino Nanci

Contra-regra: Jean Marcel Silva

Assistente de Iluminação: Alessandra Marques

Operação de Luz: Sylvie Laila

Vozes: Carlos Moreno, Luiza Lian e Mira Haar

Violão: Sessa

Operação de Som: Samuel Gambini

Assessoria em Acessibilidade, Roteiro e Narração de Audiodescrição: Paula Souza Lopez

Consultoria de Audiodescrição:Felipe Mianes

Captação de voz: Estúdio Bside

Intérprete de Libras: Paloma Bueno

Consultoria em libras: Natalia Francisca Frazão

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Assessoria de Marketing Digital:  Letícia Vitale

Comunicação e Estratégia de Mídias Sociais: Ó! Serviços Criativos

Gerenciamento e Inteligência do Canal: Juliana Piva

Design Gráfico Websérie: Designeria

Fotografia e Vídeo Metamorfose: Ligia Jardim

Edição Vídeo Metamorfose: Pedro Jorge

Direção Audiovisual: Murilo Alvesso

Câmeras: Murilo Alvesso, Jorge Yuri, Rogério Dragoni

Montagem e Finalização: Murilo Alvesso

Som direto: Tomás Franco

Grafismos: João Marcello Costa

Apoio Institucional: Goethe-Institut

Produção Executiva: Cecília Magalhães

Produção Geral: Segunda Casa Produções Culturais

Idealização: Companhia Delas de Teatro

Produção Audiovisual: Assum Filmes

Serviço 

Todos episódios e atividades complementares serão disponibilizados no Canal de Youtube da COMPANHIA DELAS: https://www.youtube.com/channel/UCJxsils9vNxFRqyXzmQBUaA

Os 05 episódios serão lançados sempre às quartas-feiras às 11h, nos dias 24/02, 03, 10, 17 e 24/03.

Os 06 vídeos com atividades propostas pelo Coletivo Miudezas serão lançados sempre às sextas-feiras às 11h, nos dias 26/02, 05, 12, 19 e 26 (os dois últimos serão lançados no mesmo dia).

As CONVERSAS DELAS serão 3 LIVES com convidadas especiais que acontecerão sempre às segundas-feiras às 20h, nos dias 08, 15 e 22/03.

 

 

 

 

 

 

 

Sergio Diniz da Costa
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