
Ressuscitei
A cruz seria o fim de tudo?
O inferno em festa já comemorando.
Você ali morto, a tumba fechada;
seu corpo lá dentro, a pedra lacrando.
Eu sem esperança, já desfalecia.
Quem curaria minh’alma ferida?
Nas minhas noites, em pranto, acordada,
sempre Tu estavas secando-me as lágrimas.
Insuportáveis saudades sentidas
Das Tuas Palavras consoladoras.
Daquele abraço que me acolhia
quando o medo me afligia.
Não me olhavas com julgamento.
Como ninguém, me compreendia.
Me aconselhava com sabedoria;
sem Você, como seria?
Os dias são maus; no mundo, caos.
Tristeza e dor, cruel pandemia.
Não estou suportando tanta pressão,
parando está o meu coração.
Me sinto tão só sem Tua companhia…
Chorei sua partida e um anjo me disse:
‘Porque procuras entre os mortos
Aquele que vive?’
Como seria possível
alguém voltar à vida;
o corpo perecendo,
já morto de três dias?
Saí correndo então
com as forças que me restavam.
As pernas e a carga, pesadas,
buscavam por ti, desesperadas.
Até que avistei a tumba aberta
e no mesmo instante notei
que a porta do meu coração se abria.
Você voltou, e eu ressuscitei!
Claudia Lundgren
tiaclaudia05@hotmail.com
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Natural de Teresópolis (RJ), é escritora, professora e educadora infantil. Duquesa e Princesa Consorte da Augustíssima Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente; Delegada Cultural e Chanceler da Embaixada Cultural da Paz FEBACLA e Doutora Honoris Causa Mult pelo Centro Samarthiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos. Membro de diversas instituições culturais, dentre as quais, recebeu diversas premiações, dentre elas a ‘Melhores do ano 2025 Teresópolis’, na categoria ‘Escritor’, participou de diversas antologias, e é autora de dois livros: ‘Alma de Poeta’ e ‘Simplesmente Poemas’

