Meio século
Como é fazer meio século de idade? É louco. É fenomenal, é surpreendente. É estar com tudo. É simplesmente simples; cinquenta anos de idade e pronto. Em meio a uma pandemia, depois de superar globalização, crises financeiras mundiais, crises humanitárias dantescas, superar o destino, superar inimigos, superar a si mesmo, fazer cinquenta anos é igual completar uma idade qualquer dessas que você nunca fez. Tenho dois filhos homens, dois livros solos, duas árvores plantadas, dois casamentos, duas filhas lindas, dois filhos adotivos, duas motos, duas sogras opostas, dois inimigos na vida, dois títulos de autoridade, dois de um monte de coisas. Não tenho duas mulheres, tenho somente uma. Não tenho duas mães. Tive somente uma. Não tenho dois milhões de reais, não tenho nem um; não tenho duas voltas ao mundo, não tenho nenhuma. Não tenho dois deuses, tenho somente um a quem presto culto. Não tenho dois amigos fiéis, tenho somente um. Enfim, completar cinquenta anos de vida é ter alguma história pra contar, ter alguma experiência de vida e ter muita coisa pra se arrepender. Tenho muitos motivos pra sorrir de nostalgia, pra me orgulhar de mim, orgulhar-me da minha família, dos meus filhos, da minha esposa. Eu posso bater no peito e dizer eu; “eu tenho cinquenta anos de idade”!
Paulo Siuves
paulosiuves@yahoo.com.br
- Almas e verdades - 11 de novembro de 2024
- Acordes - 21 de outubro de 2024
- A canção que nunca chega ao fim - 28 de setembro de 2024
Natural de Contagem/MG, é escritor, poeta, músico e guarda municipal, atuando na Banda de Música da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte como Flautista. É graduado em Estudos Literários pela Faculdade de Letras (FALE) da UFMG. Publicou os livros ‘O Oráculo de Greg Hobsbawn’ (2011), pela editora CBJE, e ‘Soneto e Canções’ (2020), pela Ramos Editora. Além desses, publicou contos e poemas em mais de cinquenta antologias no Brasil e no exterior.