setembro 17, 2024
O luar e o amor
Aldravia (3)
Em toda estação há solidão
Penso em ti e logo te quero
O voo da dente-de-leão
Eu passo só
L’arte di vivere lentamente: lezioni dal cinema e dalla letteratura
Últimas Notícias
O luar e o amor Aldravia (3) Em toda estação há solidão Penso em ti e logo te quero O voo da dente-de-leão Eu passo só L’arte di vivere lentamente: lezioni dal cinema e dalla letteratura

Neusa Bernado Coelho: 'O poder da rosa'

Print Friendly, PDF & Email
Neusa Bernado Coelho

O poder da rosa

Ana Maria de Jesus Ribeiro, Aninha ou Anita Garibaldi, uma rosa garbosa que, com trejeito e ginga, enfeitiçou o coração de Giuseppe, um jovem exilado italiano, o homem a quem acompanhou na peleja por 10 longos anos. Desfilou a magia feminina entre mares e montanhas, lares e casebres, praias e convés de navios, empunhou corajosamente como arma o fuzil, tal qual flauta da harmonia. Destemida, brada aos homens: – Vamos à luta! E, nas cores destiladas em rajadas de canhões da Revolução Farroupilha atestou a valentia e sapiência de ‘Uma mulher à frente do seu tempo’ para, em seguida, desfraldar calmaria em pétalas brancas da paz e o doce beijo de paixão no amado.

O adeus à idílica Laguna, sua terra natal, foi aos dezoito anos de idade, rumo ao batismo de fogo na Batalha Naval de Imbituba. No Uruguai, casou-se com Giuseppe Garibaldi, depois foi lutar ao lado do marido pela Unificação da Itália, países em que deixou rastro de encantamento e admiração.

O radioso enredo da estrela sonhadora iniciou há duzentos anos, em 30 de agosto de 1821, na localidade de Morrinhos, Tubarão, hoje, majestosa e histórica Laguna. Fundada por açorianos, abrigou viajantes para abastecerem-se de provisões e fazerem reparos em suas embarcações. No local, encontra-se para visitação o ‘Museu Casa de Anita’ que relata a história da ilustre moradora. A importante personagem nomeia avenidas, ruas e escolas por todo o Brasil. Em sua deferência, foi inaugurada a monumental ‘Ponte Anita Garibaldi’, em Laguna.

Em 1849, aos 27 anos, grávida do quinto filho, não resiste à fugaz perspicácia e desfalece nos caminhos dos campos de Ravenna, Itália, vindo a sucumbir nos braços do amado que um dia lhe dissera: “Tu deves ser minha”. Mais tarde recordaria: “Era Anita! A mãe dos meus filhos! A companheira de minha vida, na boa e má fortuna! A mulher cuja coragem desejei tantas vezes”.

O bicentenário de nascimento da ‘Heroína de Dois Mundos’ confirma o legado de que jamais será esquecida. Nas confrarias, é rememorada em versos e prosas; em coletâneas, obras autorais e materiais didáticos. Seu nome está inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.

Em 2021, a comemoração a enfeitiçar corações inclui a plantação da rosa híbrida, desenvolvida na Itália especialmente para homenagear a jovem flor que um dia transitou entre o Brasil e Itália em busca da liberdade Republicana. Agora, renasce em diversos jardins por onde passou em forma de ‘Due Mundi e Uma Rosa per Anita’.

 

Neusa Bernado Coelho

Neusa Maria Bernado Coelho
Últimos posts por Neusa Maria Bernado Coelho (exibir todos)
Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial
Pular para o conteúdo