O tempo não roubou
O tempo é o destruidor dos elementos da natureza, nada a ele resiste e tudo se decompõe. Menos a saudade. Isso o tempo não tem o poder de destruir, nem de roubar do coração apaixonado. Namorei suas fotos guardadas no drive para diminuir o tamanho da saudade, mas não funcionou. Só aumentou o pesar nostálgico da distância e chorei. Fiquei com raiva de mim e da minha dependência; como a lua orbita a terra, eu me sinto preso a você. Busquei sua voz nas músicas que ouvimos juntos, não escutei nada.
Senti o cheiro do perfume que exalava dos seus cabelos, e tentei lembrar do sabor do seu beijo. Nisso o tempo não tocou, continua guardada dentro de mim como um precioso presente do passado. Eu sei que o tempo não pode pubar meus sentimentos e por isso, minha emoção se renova quando ouço sua voz. Sim, sua voz é a canção da mais linda e incorruptível história de amor.
Paulo Siuves
paulosiuves@yahoo.com.br
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Natural de Contagem/MG, é escritor, poeta, músico e guarda municipal, atuando na Banda de Música da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte como Flautista. É graduado em Estudos Literários pela Faculdade de Letras (FALE) da UFMG. Publicou os livros ‘O Oráculo de Greg Hobsbawn’ (2011), pela editora CBJE, e ‘Soneto e Canções’ (2020), pela Ramos Editora. Além desses, publicou contos e poemas em mais de cinquenta antologias no Brasil e no exterior.