Ecos na janela
Um mar de sonhos giratórios
perturba a madrugada
o céu ainda está escuro
e o mistério sitia a mente
a palavra amor agita os lábios
os mortos batem à janela do quarto
surgem tantas lembranças
de amores condenados pelo tempo
amores que ontem pareciam sequoias
mas foram esmagados pelas horas
só ficou o sabor daquele adeus
cimentado entre as pedras do jardim
e hoje um riso de arlequim
ecoou no vidro da janela
e surgiram lembranças de aquarela
pois na falsa memória
o ontem só teve primaveras
e sempre o passado foi melhor
Isabel Furini
isabelfurini@yahoo.com.br
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