Amor
Uma chama frágil, como uma vela que queima
Um sopro lhe basta para apagar a vida
Contida e ferida quando mais reclama
A urgência fatídica da esperança contínua
Amor é enredo dos amantes que vivem
Augusta Aurora dos que esperam eternidade
Ao tempo que buscam, em comunhão sobrevivem
A escassez permanente da felicidade
Quem dera ser duradouro o sonho de amar
De não se apagar diante da tempestade
Que demanda na vida sua continuidade
O prazer que se esgota, ficam os lamentos
Da vida que passa sem medir o incerto
Momentos que marcam a cumplicidade
Amor é terreno arenoso traiçoeiro
Alguns podem tê-lo e viver por inteiro
E outros nem sabem dizer se amaram
Se encontraram o caminho do destino
Amor é deveras um livro sem fim
Com páginas em branco, expresso sem rumo
Como foi para o outro enroscado sem prumo
Enquanto um amava, o outro derramava
Luxúria sem nexo, desejo em carmim
Sem amor, a covardia maldita, desvia a verdade
Trazendo penúria, na dor que invade
A quem muito amou, sem reciprocidade
Relegando a alma, a um martírio sem fim.
Ivete Rosa de Souza
iveterosad@gmail.com
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Natural de Santo André (SP) e ex-policial militar, é uma devoradora de livros. Por ser leitora voraz, para ela, escrever é um ato natural, tendo desenvolvido o hábito da escrita desde menina, uma vez que a família a incentivava e os livros eram o seu presente preferido. Leu, praticamente, todos os autores clássicos brasileiros. Na escola, incentivada por professores, participou de vários concursos, sendo premiada – com todos os volumes de Enciclopédia Barsa – por poesias sobre a Independência do Brasil e a Apollo 11. E chegou, inclusive, a participar de peças escolares ajudando na construção de textos. Na fase adulta, seus primeiros trabalhos foram participações em antologias de contos, pela Editora Constelação. Posteriormente, começou a escrever na plataforma online Sweek a qual promovia concursos de mini contos com temas variados, sendo que em alguns deles ficou entre os dez melhores selecionados, o que a levou à publicação do primeiro livro, Coração Adormecido (poesias), pela Editora Alarde (SP). Em 2022, lançou Ainda dá Tempo, o segundo livro de poesias, pela mesma editora.