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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Limites da Ciência'

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Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Limites da Ciência

A História da Ciência, nas suas diversas especialidades, tem vindo a ser reescrita, permanentemente, na medida em que a investigação avança, assim, a Ciência e também a Técnica progridem, porque ambas estão associadas: “Ciência sem aplicação prática, não tem qualquer utilidade; Técnica sem bases científicas, e/ou empíricas, também não conduz aos melhores resultados”.

A humanidade não teria as condições de vida  que hoje a maioria desfruta, se não houvesse o contributo ininterrupto da Ciência que, em alguns domínios, evolui de forma extremamente acelerada, a tal ponto que: os respetivos resultados, a que ontem se chegou; amanhã, podem estar completamente ultrapassados, ou seja, é caso para se afirmar que: o que ontem era verdade; hoje poderá ser inverdade.

Atualmente, primeiro quarto do século XXI, pode-se afirmar que a Ciência está envolvida em todos os domínios da erudição: quer o que respeita à pessoa humana; aos animais e a toda a natureza em geral, incluindo-se, desde há muitas décadas, o estudo do espaço sideral, portanto, para além da Terra, fornecendo novos conhecimentos, a motivação para os aprofundar e utilizar.

Existe, seguramente, uma questão ética que a Ciência não pode ignorar. Os investigadores têm regras morais e deontológicas a observar, não as podendo violar, sob pena de transformar a pessoa humana e a própria natureza em meros objetos instrumentais para atingirem fins, eventualmente, nocivos à sociedade no seu todo, e/ou às pessoas, individualmente consideradas, atingidas pela investigação.

Sabe-se que, tal como muitas pessoas, a Ciência sempre está “ao serviço de Deus e do Diabo”, ou seja: para o bem e para o mal, respetivamente, e quando o resultado da aplicação das suas fórmulas e leis é negativo, a própria Ciência também tem solução para estas situações.

Investigar, produzir fórmulas, testar, elaborar leis científicas, realmente é função da Ciência, mas sem colocar em causa os legítimos deveres e direitos das pessoas que, salvo em circunstâncias muito especiais, e na condição de voluntariado previamente esclarecido, não devem ser sujeitas, compulsivamente, à condição de “cobaias” para experiências, por muito bem-intencionadas que estas sejam.

A própria investigação das polícias científicas, não pode ultrapassar os limites da ética e da deontologia, sob pena de devassar a vida privada, íntima e até familiar da pessoa investigada. Há, tem de haver, restrições para o uso e “abuso” das técnicas investigatórias, ressalvando-se, excecionalmente, situações que envolvem o crime organizado, o terrorismo e outras violências contra a integridade física das pessoas e da humanidade.

Se a sociedade deseja aumentar a sua qualidade de vida, a perspectiva de uma existência mais prolongada, e todo um conjunto de melhorias materiais, que proporcionam conforto e bem-estar, então não se pode restringir a pesquisa científica a limites mínimos, que ficam muito aquém do respeito pela ética e deontologia, e que impedem a descoberta de soluções, para os imensos problemas existentes e os que já se sabem virão outros a “caminho”.

O bom senso, o meio-termo, adotar o mal menor, parecem ser as atitudes que melhor favorecem a humanidade, até porque, “não há bela sem senão”. É fundamental confiar o nosso destino coletivo, mas também individual, aos cientistas, investigadores e aos técnicos, qualquer que seja o domínio da pesquisa/ingerência, porque é impossível, desaconselhável e inadequado obstaculizar o desenvolvimento técnico-científico.

Atualmente, seria impensável a humanidade viver sem o contributo da Ciência, bem como de outras áreas do conhecimento, através das quais, o ser humano manifesta a sua inigualável capacidade de criar, produzir, alterar, a realidade que a circunda, ainda que em parte. Pela especificidade da Ciência, da Técnica, das Artes e das Letras, da cultura, pode-se dizer que é possível conduzir a sociedade para uma vida melhor, para um mundo mais pacífico, assim o queiram os responsáveis pelos diversos setores, das atividades humanas.

A complementaridade entre a Ciência, a Tecnologia, as Artes, as Letras e a cultura, é necessária, e não pode haver, nem é possível, conhecimentos e práticas estanques. O que se verifica, e ao contrário do que muitas pessoas pretendem insinuar, segundo as quais, a Filosofia não produz conhecimento, nem resolve problemas, apenas levanta “dificuldades”, “questões” de difícil resposta, esquecendo que há mais de dois milénios e meio, a Filosofia já era considerada a “árvore” do conhecimento, da sabedoria, de onde dimanaram e foram surgindo as várias ciências. 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal 

site@nalap.org

http://nalap.org/Directoria.aspx

http://nalap.org/Artigos.aspx

 

 

 

 

Diamantino Bartolo
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