Reagindo ao conflito
A abordagem adequada em relação ao conflito pode ser transformadora de relações, ou seja, a forma como se lida com tais situações deve impulsionar o amadurecimento emocional e, consequentemente, o relacional. Mas como conseguir tal proeza?
O autoconhecimento é o primeiro passo: é preciso perceber que sentimentos aquele conflito gera, para, com tal identificação, buscar mecanismos que possibilitem que sejam trabalhados interna e externamente.
Socialmente, somos ‘bombardeados’ com ideias e máximas equivocadas, que ignoram o conflito ou o potencializa: medidas, atitudes e reações extremas, que não favorecem a solução, gerando desequilíbrios graves para convivência e rupturas desnecessárias.
O exercício do respeito mútuo às diferenças exige aprendizagem. Sim, é preciso aprender a conviver. Não vivemos isolados e, mesmo que se consiga morar em ambientes de maior controle comportamental, como em condomínios, o contato com o outro é inevitável. Estamos expostos e não há como negar tal situação. E, quanto mais pessoas envolvidas, maior o ‘risco’ e a possibilidade de conflito.
Neste contexto, como reagir e perceber o conflito numa perspectiva positiva? A busca da despolarização indica o início da abertura para o diálogo, que exige, sempre, a reciprocidade.
Significa que as ‘partes’ não devem ser vistas como antagônicas, em polos distintos (uma está certa e a outra, errada), mas como pessoas, que mesmo diante das diferenças, descobrem pontos em comum, que favoreçam a convivência, buscando ação e reação colaborativas e cooperativas, evitando a competição e a exclusão/aniquilação daquele que pensa e/ou age diferente.
Sob a perspectiva positiva, os envolvidos se preparam para a solução, focados na questão pontual do conflito e não nas suas espirais negativas, ou seja, a questão é tratada sob a visão das possibilidades e necessidades de cada um, nos ganhos mútuos e não nos exclusivamente individuais.
A mudança comportamental não é linear, tampouco rápida: exige-se repetição de falas, análises e ação. É preciso ensinar que há opções válidas, seguras e eficientes para se resolver um conflito, sem confronto e sem violência. A escolha parece ser individual, mas tem que ser coletiva e, sobre isso conversaremos na próxima. Vamos em frente!
Adriana Rocha
adriana@lexmediare.com.br
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Advogada. Escritora. Pedagoga. Produtora pedagógica de conteúdo digital. Tutora em EAD. Mediadora judicial e privada. Instrutora em mediação pelo Conselho Nacional de Justiça. Presidenta da Comissão de Mediação da OAB de Itapetininga. Facilitadora em Justiça Restaurativa (Núcleo de Itapetininga). Facilitadora do Grupo de Trabalho de Câmaras Privadas da Comissão Especial de Soluções Consensuais de Conflitos da OAB/SP.