Grandeza do voluntariado social
A generosidade de quem oferece, sem pedir nada em troca: parte do seu tempo, dos seus conhecimentos, da sua experiência, das suas influências, para defender uma causa, colaborar numa missão filantrópica, envolver-se num projeto humanitário, de facto, revela bem a grandeza, os princípios, os valores e os sentimentos e do caráter de quem se entrega, desinteressadamente ao Voluntariado.
É sabido que o Voluntariado, praticamente, abrange grande parte das atividades humanas, com uma dimensão, quase sempre, muito destacada na vertente social, provavelmente, por ser a mais carenciada de recursos humanos, bens e serviços e instrumentos financeiros, para acudir aos mais necessitados e aos que trabalham, generosa e solidariamente para eles, até porque, aceita-se e compreende-se que o Estado/Governo não tem capacidade e, muitas vezes, sensibilidade suficientes, para resolver todos os problemas de uma sociedade civil em permanente dificuldade, e muita exclusão à mistura.
O trabalho de Voluntariado não está acessível a qualquer pessoa, porque ele exige abdicar de algumas situações, ocupações, privilégios, lazer, entre outras, em benefício das demais pessoas, através das instituições vocacionadas para determinados objetivos, invariavelmente, de natureza social, solidária, altruísta, humanitária, por vezes, até, com dispêndio financeiro, para o próprio agente voluntário.
Infelizmente, o espírito benevolente, caritativo, religioso, humanitário e de serviço ao próximo, nem sempre está presente em todas as pessoas que se oferecem para ocupar cargos em instituições privadas de solidariedade social, culturais, desportivas, políticas, religiosas e muitas outras, com diversos fins e natureza diferente, as quais adotam, inaceitavelmente, comportamentos que desvirtuam a nobre missão do Voluntariado.
Com alguma frequência, o que se vem constatando, é que o surgimento de “pseudo-voluntários”, com aparência de “santos”, muito “educadinhos”, com “palavrinhas suavíssimas” que, depois de se instalaram nos cargos a que concorreram, e foram eleitos, e/ou nomeados, nem sempre por mérito próprio, mas muitas vezes à custa do apoio, da lealdade e amizade, entretanto criadas pelas pessoas que acreditaram na “honestidade intelectual e moral” desse tipo de “voluntários”, estes esquecem, rapidamente, a natureza do voluntariado gracioso, para exigirem diversas contrapartidas financeiras, sociais, estatutárias e notoriedade, assumindo, depois, perante a sociedade, uma postura de “vaidade bacoca”, como se fossem os “salvadores da pátria”, “infalíveis” e “insubstituíveis”.
O Voluntariado pressupõe, outro sim: humildade, respeito para com aqueles que dependem do trabalho do voluntário, e da sua equipa, dedicação desinteressada, imparcialidade para com todos os que, das mais diversas formas, usufruem dos serviços da instituição, enfim, pessoas que defendam causas nobres, justas, legítimas, legais e humanitárias.
Mas, por outro lado, a verdade é que cada vez é mais difícil obter a adesão de muitas pessoas para exercerem o Voluntariado em pequenas organizações, aquelas instituições que não promovem a “celebridade”, que não movimentam muitos recursos humanos, nem muitos meios financeiros, as que, praticamente, só obrigam a muito trabalho sem quaisquer “contrapartidas materiais”. Para estas associações, existem imensas dificuldades, na angariação de voluntários, designadamente, para os cargos diretivos.
A dimensão, genuinamente, humana, é inseparável da vocação voluntária, não e apenas, necessariamente, social, mas, em algum setor de atividade, ao longo da nossa existência, uma ou outra vez, já exercemos o Voluntariado: por mais ou menos tempo; com maior ou menor entusiasmo; e, também, em situações pontuais, como por exemplo, o dever/direito de votar, num contexto de cidadania plena.
Cada vez mais se pode afirmar, com bastante segurança e rigor, que o trabalho de Voluntariado, de facto, exige imensa disponibilidade de tempo e profunda abertura de espírito para uma entrega, praticamente, incondicional, àquelas organizações, e pessoas que defendem este tipo de colaboração graciosa, reforçando-se aqui a natureza gratuita deste trabalho, sem o que seria um grande embuste, e um oportunismo inqualificável.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
NALAP.ORG
http://nalap.org/Directoria.aspx
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Natural de Venade, uma freguesia portuguesa do concelho de Caminha, é Licenciado em Filosofia – Universidade Católica Portuguesa; Mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea – Universidade do Minho – Portugal e pela UNICAMP – Brasil; Doutorado em Filosofia Social e Política: Especialização: Cidadania Luso-Brasileira, pela FATECBA; autor de 14 Antologias próprias: 66 Antologias em coedição em Portugal e no Brasil; mais de 1.050 artigos publicados em vários jornais, sites e blogs; vencedor do III Concurso Internacional de Prosa – Prémio ‘Machado de Assis 2015’, Confraria Cultural Brasil – Portugal – Brasil; Prêmio Fernando Pessoa de Honra e Mérito – Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas do Brasil’ 2016; Vencedor do “PRÊMIO BURITI 2016”; Vencedor do Troféu Literatura – 2017, ‘ZL – Editora’ – Rio de Janeiro – Brasil, com o Melhor Livro Educacional, ‘Universidade da Vida: Licenciatura para o Sucesso’; Cargos: Presidente do NALAP – Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa; ; Condecorações: Agraciado com a ‘Comenda das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker, Brasil’ (2017); Título Honorífico de Embaixador da Paz; Título Nobiliárquico de Comendador, condecorado com a ‘Grande Cruz da Ordem Internacional do Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral’ pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística; Doctor Honoris Causa en Literatura” pela Academia Latinoamericana de Literatura Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.