Patrícia Alvarenga: Poema Assombração
O vento sussurra-me confusas palavras.
Não compreendo essa língua morta.
Queria ouvir apenas a antiga verdade,
Que, sorrateira, se esconde atrás da porta.
Tento juntar os cacos do passado,
Para não culpar o aturdido presente.
Lentamente, no entanto, morro sufocada
Pelas memórias embaralhadas e reticentes.
Silenciosas recordações me assombram.
De inopino, mergulho em águas turvas…
Levam-se para lugares insólitos,
Afogam-me com mãos em ásperas luvas.
Mas o tempo cala e esconde fatos;
Poupa-me de recordações aflitivas.
Oferece-me um colo, um remanso,
Para seguir meu curso de vielas furtivas.
Patrícia Alvarenga
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Natural do Rio de Janeiro/RJ, é escritora e poeta. Trabalha como Analista (área processual) do Ministério Público do estado do Rio de Janeiro. É Bacharel em Letras (UFRJ) e Direito (Uerj), pós-graduada em Educação (UFRJ). Dra.h.c. e Pesquisadora em Literatura. É autora do livro de poemas ‘Tatuagens da Alma – Entre Versos e Reflexões’, editora AIL, publicado neste ano, que foi escolhido como semifinalista do concurso ‘Livro do Ano 2021’, pela Literarte (o resultado do certame ainda não foi divulgado até a presente data). Participou do projeto ‘Parede dos Imortais’, na Casa dos Poetas, em Petrópolis-RJ, através da Associação Internacional de Escritores e Artistas. É coautora de, aproximadamente, 25 coletâneas. Detentora de prêmios literários, títulos e comendas, é também Embaixadora da Paz da Organização Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos – OMDDH.
Membra vitalícia de seis academias literárias: ACILBRAS, FEBACLA, AIML, AIL, ALSPA (fundadora) e AILAP (fundadora). É ativista cultural nas redes sociais e participa de inúmeros saraus literários. Redes sociais:
Instagram: @patriciapoeticamente. Facebook: Patrícia Alvarenga