Após apresentação em Portugal, Didascálias estreia na Oficina Cultural Oswald de Andrade em abril
Espetáculo foi criado a partir das rubricas de ‘Uma Casa de Bonecas’, de Herink Ibsen; ‘Senhorita Júlia’, de August Strindberg, e ‘Um Bonde Chamado Desejo’, de Tennessee Williams
As rubricas de três clássicos do teatro ocidental deram origem ao espetáculo Didascálias, fruto do encontro entre a atriz brasileira Giovanna Monteiro e a bailarina e coreógrafa portuguesa Leonor Mendes, que convidaram Vicente Antunes Ramos para dirigir o espetáculo. Após apresentar uma versão do trabalho no festival Materiais Diversos em Portugal, a peça tem sua temporada de estreia na Oficina Cultural Oswald de Andrade, entre os dias 16 e 27 de abril.
As didascálias, ou rubricas, são a parte dos textos teatrais que descrevem os ambientes onde a ação da peça decorre, e também os humores, trejeitos e aparências das personagens. E o espetáculo foi criado justamente a partir dessa estrutura das peças “Uma casa de bonecas”, de Henrik Ibsen; “Senhorita Júlia”, de August Strindberg; e “Um bonde chamado desejo”, de Tennessee Williams.
O espetáculo se volta para as estruturas que nos cercam cotidianamente: aquilo que nomeamos como casa. Este espaço, doméstico e corriqueiro, também é construído por silêncios ensurdecedores. Em comum, as três peças se passam em uma casa e têm como personagens centrais três mulheres.
Júlia, Nora e Blanche, apesar das diferenças temporais e geográficas que as caracterizam, estão todas sujeitas às estruturas sociais de suas épocas, essa gigantesca casa construída ao seu redor. Didascálias são como as vigas, aquilo que se esconde por trás das paredes, da mobília, dos objetos. É a partir desses fragmentos de texto que o espetáculo se desenvolve.
Costurando um pedaço da cozinha com o tapete no centro da sala; um canto do quarto e uma alegria animal; um jardim com choupos da Lombardia e um piano em outro tom; as crianças e um sofá de um metro e setenta e cinco; um fiapo de voz e uma pausa. Os cômodos são construídos ao mesmo tempo em que um léxico é compartilhado com o público, desenhando um jogo de sentidos a partir da sobreposição destas palavras que foram escritas para não serem ditas em voz alta.
O projeto foi contemplado pelo ProAC – 47/2022 da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativa do Governo do Estado de São Paulo e recebeu apoio da Associação Materiais Diversos e Fundação GDA, em Portugal.
Giovanna Monteiro, Vicente Antunes Ramos e Matheus Brant – light designer e realizador audiovisual- colaboram em diferentes projetos desde 2017. No mesmo ano, junto a outros artistas da cidade de São Paulo, fundaram o comitê escondido. Em 2023, o comitê estreou o espetáculo “Um Memorial para Antígona” no TUSP – Maria Antônia.
Ficha Técnica
Concepção e performance Giovanna Monteiro
Cocriação e performance Leonor Mendes
Cocriação e direção Vicente Antunes Ramos
Colaboração na criação Isis Andreatta
Desenho de luz Matheus Brant
Design gráfico Pedro Levorin
Gestão do projeto Leonardo Birche
Produção executiva Giovanna Monteiro
Vídeo Francisco Miguez e Lucas Damiani
Fotografia Iolanda Pereira e Matheus Brant
Assessoria de imprensa Pombo Correio
Apoio ProAC (Programa de Ação Cultural) – Secretaria de Economia Criativa do Estado de São Paulo
Residências artísticas associação SÙ e Casa do Povo.
Sinopse
A partir das didascálias de três textos clássicos do teatro, o trabalho revisita os espaços domésticos descritos nos textos e o imaginário de “casa” que carregam. Duas intérpretes jogam com as palavras e com o tempo e assim constroem outros espaços, figuras, relações. O desenrolar deste jogo de construir e desconstruir deixa a questão em suspenso: o que se pode imaginar a partir dessas palavras que foram escritas para não serem ditas?
*Didascálias: nos textos teatrais, as didascálias descrevem o espaço e o tempo no qual a dramaturgia decorre. Além disso, servem como indicações para a interpretação das atrizes e dos atores. Também são conhecidas como rubricas.
SERVIÇO
Didascálias
Apresentações: 16, 17, 18, 19,22 e 26/4, às 19h30, e dias 20 e 27/4, às 18h
Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363, Bom Retiro
Ingressos: grátis, distribuídos uma hora antes de cada sessão
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Instagram: @projetodidascalias, @giovanna.monteiro, @ovicenteramos, @leonorlps, @matheusbrant @ziandreatta @leobirche
Voltar: https://jornalrol.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/JCulturalRol/
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024