Ceiça Rocha Cruz: ‘Sou poeta’
Bela a tarde
de um sol
que finge não querer se pôr.
Canto o tempo que existe,
a vida que se vai,
a arte de amar
e de poeta ser.
DE UM SER POETA.
Canto e penso em ti,
nas rabiscadas laudas
do amor sentido.
A livre ideia livre
na doçura dos versos
dos mistérios do instinto.
Meu deserto,
meu oásis.
E neste deserto
o olhar de todas
as saudades.
Sonhos longínquos…
Solidão.
E num profundo universo,
sem forma,
nem nome,
a realidade,
no silêncio obscuro
disperso.
Desconheço o que não vejo,
se o coração não sente,
e neste abismo, qual Descartes.
“Penso, logo existo”, insisto,
sou poeta.
Ceiça Rocha Cruz
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