Ceiça Rocha Cruz: Poema ‘Caatinga’
Fim de tarde.
Na várzea do meu sertão,
mata seca,
chão ressequido,
solidão.
Galhos secos e avencas,
espinhos de mandacarus
perfuraram meu peito.
Feridas abertas de saudades
que se derramam na janela
do tempo.
Falta você…
Você é o meu sol
a desabrochar
inebriando o dia.
O vento a sussurrar
aos ouvidos, versos poéticos,
meu abraço,
meu tudo…
Lá do alto,
carcará e gavião sorridentes,
espreitam,
emolduram o cenário.
Hoje a caatinga voltou a sorrir.
Você trouxe a chuva,
guardou o sol,
aprisionou-me na sua história
e no seu amor.
A alegria invadiu o meu viver.
A caatinga do meu peito
transformou-se,
inundou com o seu rio,
a várzea do meu sertão.
Ceiça Rocha Cruz
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Maria da Conceição Rocha Cruz, conhecida no meio literário como Ceiça Rocha Cruz, é poetisa e escritora de Penedo/AL, funcionária pública federal/MS aposentada. Bacharela graduada em Serviço Social/UNIT Aracaju/SE. Escreve poesias desde 1999. Seu maior ideal é fazer dos sonhos o encanto. Acadêmica e comendadora Ativista da Cultura Nacional da FEBACLA. Embaixadora Imortal da Paz, comendadora da Real Ordem da Águia Dourada de Blekinge e Dra. h. c. em Direitos Humanos e Literatura da OMDDH. Acadêmica da AILAP, AIAP, AILB-FOCUS-Brasil, APLACC, AML, AMBA, AHBLA, AIEB, AICLAB e AINTE. Detentora de honrarias, prêmios e títulos. Coautora em 65 antologias poéticas. Livros solos publicados: No Silêncio da Noite, Caminho das Águas e Poemas Sob um Sol Poente.