Tomás Eugénio Tomás: ‘Trocaram o kota pelo lambeta’


às 13:05 PM
Lá pelos tempos de 78, tinha um Kota que tava firme com a sua dama. Jovens, com futuro, cheios de vontade. O Kota fazia de tudo para sustentar a banda. Não tinha vivenda grande, mas bué de comida na mesa, escola para pequenos, e aquele carinho de pai presente.
Mas os putos começaram a chiar:
— Pai, tu só traz comida, mas a casa nunca cresce!
— Pai, cadê as promessas?
E o Kota, sempre com coração mole, dava o pouco que tinha. Até emprego tentou meter alguns, tipo “toma só esse bita aí, já que tão a chorar”.
A mãe, cansada do falatório, começou a dar ouvidos demais. Criou confusão, inventou mambo e, no fim, separou do Kota. Epa, parecia novela!
Depois, meteu-se com um outro gás. O lambeta, todo estiloso, promessas daqui e dali. Os putos gritaram:
— Agora sim, mamã arranjou um bué da fixe!
Mas mano… bastou o lambeta entrar para ver que a vida virou outra. Cesta básica já não batia. O arroz virou farinha, a carne virou peixe seco (quando muito). Os putos que estavam gordinhos começaram a emagrecer, tipo estavam a fazer jejum à força.
A casa virou bangla: sumiço de mochila, Playstation estragado, brigas, desavença, bandidagem interna. Já nem dava pa’ deixar chinelo fora que alguém levava.
Aí é que bateu a real: o Kota que a gente trocou, afinal, segurava a casa com suor e verdade. E esse novo? Só prometia, mas de promessa a barriga não enche.
Moral do mambo?
Nem todo brilho é ouro. E às vezes, ao trocar o certo pelo duvidoso, a banda toda é que paga.
Tomás Eugénio Tomás

Tomás Eugénio Tomás, licenciado em Ensino da Língua Portuguesa, é professor, escritor, director artístico, editor e CEO do projecto Ensinar e Aprender.
Escritor das obras ‘A Regra do Jogo’, ‘As crónicas também falam’, ‘Colecção Feminina’, ‘Esperança’ e ‘Kampôdia’.
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,

