novembro 24, 2024
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Pedro Novaes: 'Estamos evoluindo!'

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Pedro Israel Novaes de Almeida – ‘ESTAMOS EVOLUINDO’

 

Apesar dos pesares, e aos trancos e barrancos, vamos evoluindo.

A evolução que experimentamos só pode ser considerada efetiva e duradoura enquanto intuída e praticada pelo conjunto da sociedade. Assim ocorre em relação aos preconceitos.

Hoje, nenhum aglomerado humano convive pacificamente com o preconceito de cor, na verdade preconceito social e econômico. Um imbecil qualquer é imediatamente contido, e até agredido, se manifestar qualquer resquício de preconceito.

O assédio, outrora manifestação de virilidade, tem hoje a unânime feição de desrespeito humano, isolando socialmente o cidadão. Cidadãos que equipam veículos com potentes sons atraem condenações as mais diversas, uma vez que molestam a maioria das pessoas. Buscando o reconhecimento de posses e poderes, a atitude, hoje, parece cada vez mais idiota, revelando uma mente em busca de visibilidade, a qualquer preço.

Resta, ao aparato oficial, refletir as evoluções nascidas no meio da sociedade, dando-lhe feição legislativa e repressão.  Assim, alguns municípios já legislam a proibição de rojões sonoros, modalidade de barbárie sem qualquer utilidade e enorme efeito perverso, em pessoas e animais.

Hoje, arrisca-se ao linchamento o cidadão que maltrata animais, cada vez mais protegidos. Por outro lado, diminui o número, ainda grande, de pessoas que emporcalham o ambiente, descartando lixo em local inadequado.

Escrevo sob o som de música horrível, tocada a quilômetros de distância, em feira agropecuária anual. Tal ocorrência, sob chancela oficial, pode ter início altas horas da noite, em plena madrugada, em flagrante desrespeito coletivo.

O fato de tratar-se de festa anual e passageira não arrazoa o malefício do som exagerado, em campo aberto. Se Asilo, Casa da Criança, Instituto Histórico, Liga das Senhoras, Academia de Letras, Lar de Animais Abandonados, Alcoólicos Anônimos, Centro de Tradições, e tantas outras instituições úteis, optarem também por festas anuais e passageiras, viveremos em pleno inferno.

Os poderes constituídos podem e devem acompanhar e sedimentar as inovações nascidas no meio da sociedade, dando-lhe efetividade. No caso das perturbações do sossego, público ou privado, ainda habitamos a idade da pedra.

Precisamos, ainda, deixar de mesuras, aplausos incondicionais e servilismos, em relação a notórios corruptos ou sabidos aproveitadores da coisa pública, pelo simples fato de ostentarem cargos e poderes. Quando alguém que ocupa cargo importante inicia uma piada, a maioria das pessoas ainda tem crise de riso, antes mesmo do fim da história. É uma pena !

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.

Helio Rubens
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