Pedro Israel Novaes de Almeida – GRUPOS HUMANOS
Diziam, desde o tempos das cavernas, que era melhor serem dois que um, pois, em um caindo, haverá outro que o ampare.
Integrar um grupo é instintivo, como maneira de melhorar as condições de segurança e sobrevivência. Os humanos somos gregários.
Existem grupos de todos os matizes, políticos, sociais, profissionais e até criminosos. Há um grupo adequado para cada virtude ou defeito humano.
Na benemerência, pessoas se juntam para socorrer os desvalidos, e, na catástrofe humana, migrantes sírios formam legiões que buscam ter o direito à vida, não faltando grupos cruéis, tentando impedi-los.
No meio rural, o associativismo desenvolveu-se sob o modelo formal de cooperativismo, com direito a legislações próprias, incentivos e tutela oficial. A diminuição dos custos de produção e a inserção fortalecida no mercado eram objetivos que permitiram o progresso do setor.
Contudo, tal associativismo acabou vitimado pela tutela oficial, quase sempre protetora de mandatos intermináveis e gestões primitivas. Não raro, o produtor eleito prosseguia laborando com o objetivo único de persistir dirigente.
A ânsia pelo poder e status está presente em todos os grupos, lembrando-lhes a natureza humana. Aos poucos, acabam dividindo-se em subgrupos, ou descaracterizados.
Não raro, grupos que buscam fomentar estudos, bons procedimentos e virtudes acabam vítimas da busca incessante de influência no meio social, incorporando pessoas tão somente pelos cargos que ocupam, e não pela integridade de suas formações. Como os ambientes raramente são herméticos, a má ou boa imagem pessoal de um iniciado acaba transferida ao grupo ou entidade.
Grupos informais, de amigos, são longevos, e o amparo recíproco atravessa décadas, instintivos e solidários. Grupos criminosos também são longevos e atuantes, com a coesão baseada no companheirismo irretratável e forçado.
O grupo familiar, presente em todos os seres vivos, é a natural e incontornável modalidade de união, que abriga e interliga seus membros, até que uma herança qualquer os separe. Pais e irmãos são, instintivamente, solidários.
A família, rica ou pobre, é sempre o refúgio e porto seguro de todos nós. É nela que iniciamos a formação de valores e transmitimos tradições.
Mães são capazes de enfrentarem leões para defender os filhos, que só tardiamente costumam reconhecer-lhes o valor e dedicação. Governos e ideologias com pendores ditatoriais buscam, pouco disfarçadamente, inibir a grandiosidade do foro familiar, levando-nos todos para a tutela oficial.
Conscientes ou não, todos integramos algum grupo, e buscamos prestigiar seus integrantes e feitos. Até vândalos, sub-raça humana dedicada a destruir obras e feitos coletivos, aplaudem os que praticam as mesmas barbáries, sem qualquer vantagem pessoal.
Convém estarmos alertas, para não aderirmos a grupos que nada constroem.
O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.