A vida e suas estradas rochosas
Hoje, caminhava entre as pedras e pequenos e grandes arbustos com ervas que queriam destruir os meus passos e meu coração;
mas eu era mais forte do que eles.
Eu estava em um lugar molhado e escorregadio;
precisava tomar cuidado com a flora e fauna locais.
Quanto mais eu andava, mesmo com meus pensamentos quebrados, ainda possuía passos firmes e fortes.
Independentemente do que estava por vir, nem assim olhei para trás; procurava constantemente raios do sol.
De repente, no meio de todo aquele silêncio, comecei a ouvir um barulho que aumentava a cada passo.
E então, fixei meus ouvidos e descobri que era o ruído de muitas águas.
Eles cresciam e as florestas tornavam-se menos densas; os arbustos diminuíram, e então, alguns raios de sol se manifestavam em meu corpo e, lentamente, eu pude ver um enorme véu de água que caía; no térreo havia um grande lago, bonito e tranquilo, que nem parecia fazer parte dessa enorme cachoeira.
No meu corpo a fadiga estava presente, devido às horas de intensa e caminhada interrupta.
Temia que anoitecesse.
Eu não queria dormir ali; foi quando pude avistar todo o lago em tom azul.
Eu, como a Fênix,
sem temer.
Em um mergulho profundo,
eu lavei minha alma
e renasci das cinzas.
Eu criei forças para a sobrevivência.
Uma nova faísca veio aos meus olhos.
Meu coração estava batendo novamente.
Eu podia ver a vida a partir de um novo ângulo
onde os opostos não se atraem sempre;
onde existem lutas porque o mundo é uma selva
– e a lei é sempre dos mais inteligentes –
onde há inimigos;
onde a pureza das crianças e animais vivem;
onde as águas dos rios sempre caminham para o mar;
onde muitas vezes dependemos de nossas fraquezas para nós encontrar,
pois elas são as mesmas que nos unem para sair do poço;
e que o amor apenas incondicional, puro e verdadeiro, pode existir ou não:
o amor de Deus, o Criador.
Nele, sim, há sonhos que se concretizam; Ele tem a mão sempre estendida para nos resgatar do abismo mais profundo que buscamos com nossas próprias mãos.
O coração do homem é a multiplicidade de planos; mas nem sempre eles estão no coração de Deus,
pois…
é Deus quem determina tudo, e tudo contribui para entendermos Seus propósitos e não andarmos nas estradas escuras, onde as respostas nunca vêm.
E então eu deixei a água;
a nova criatura ressurgiu dentre os destroços do passado
restaurada em sonhos.
E aqui estou eu,
mais uma vez na grande jornada da vida,
caminhando para o Sol.
Comendadora Poetisa Sandra Albuquerque
sandralennen@gmail.com
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