Ecos e gritos
Preso em meu peito existe um eco
Que repete constante o mesmo grito
Uma esperança desvalida e triste
Instalada minha alma, meu espírito
A dor comanda um farejar sem sonho
Um pulular de dores incertas destrutivas
Uivando nesses laços que componho
como lobas, feras doidivanas fugitivas
Não mais encontro ecos de outra vida
Nem mesmo o futuro, breve me revela
Que ainda haverá esperança para a alma
Que grita insensata, temerosa e ferida
Como eco repetido não é mais ouvida
O amor fugiu, sem deixar vestígios
Deixando somente marcas e a ferida
De tudo o não dito, e seus prestígios
Vida desdenhosa em seus segredos
Deixou apenas as dores e os lamentos
De um amor sem raízes, sem enredos
Restaram os gritos e ecos dos tormentos.
Ivete Rosa de Souza
iveterosad@gmail.com
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Natural de Santo André (SP) e ex-policial militar, é uma devoradora de livros. Por ser leitora voraz, para ela, escrever é um ato natural, tendo desenvolvido o hábito da escrita desde menina, uma vez que a família a incentivava e os livros eram o seu presente preferido. Leu, praticamente, todos os autores clássicos brasileiros. Na escola, incentivada por professores, participou de vários concursos, sendo premiada – com todos os volumes de Enciclopédia Barsa – por poesias sobre a Independência do Brasil e a Apollo 11. E chegou, inclusive, a participar de peças escolares ajudando na construção de textos. Na fase adulta, seus primeiros trabalhos foram participações em antologias de contos, pela Editora Constelação. Posteriormente, começou a escrever na plataforma online Sweek a qual promovia concursos de mini contos com temas variados, sendo que em alguns deles ficou entre os dez melhores selecionados, o que a levou à publicação do primeiro livro, Coração Adormecido (poesias), pela Editora Alarde (SP). Em 2022, lançou Ainda dá Tempo, o segundo livro de poesias, pela mesma editora.